Campeão mundial sem kimono, Lucas Araújo oferece lições para atletas profissionais

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Lucas Araújo é faixa-preta de Jiu-Jitsu da Alliance. Foto: @lucianaalvesfotografia

O caminho de Lucas Araújo no Jiu-Jitsu segue uma trajetória interessante. O primeiro contato dele com o esporte aconteceu em 2000, introduzido na modalidade pelo tio, naquela época faixa-roxa da Arte Suave. A intenção era fazer com que ele e seu irmão aprendessem técnicas de defesa pessoal e, de quebra, começassem a praticar atividades físicas. Nesse período, o Jiu-Jitsu foi uma realidade na vida de Lucas dos 10 aos 12 anos de idade, até que ele teve que dar uma pausa na atividade para focar nos estudos. Foi aos 16 anos que ele voltou a se envolver com esporte, mas não foi o Jiu-Jitsu que fez com que ele tomasse gosto pela parte competitiva.

“Como competidor, eu comecei no muay thai quando tinha 16 anos e foi aí que uns amigos do curso preparatório me convidaram para conhecer onde eles treinavam. Como eu já era fã de lutas, eu adorei tudo aquilo e comecei a praticar. Após esse primeiro ano praticando, ingressei nos campeonatos de Muay Thai e obtive um bom resultado. Fui campeão carioca algumas vezes e campeão da Copa Rudel, a nível nacional. Em meio a isso, o UFC estava com força total. Os atletas brasileiros dominavam o cenário do MMA no mundo e então eu decidi voltar para o Jiu-Jitsu, pensando em migrar para uma carreira de MMA, que era o hype do momento. Logo quando entrei no primeiro campeonato de Jiu-Jitsu, com 17 anos, no Iate Clube Jardim Guanabara, eu fiz 5 lutas, fui campeão e me apaixonei por aquela atmosfera. Desde então, nunca mais parei.”, contou Lucas.

Nascido no Rio de Janeiro, no bairro da Ilha do Governador, o hoje faixa-preta Lucas Araújo passou a integrar o time da Alliance com 21 anos, em 2011, ao ser introduzido no Instituto Alliance, convidado por Alexandre Paiva. Foi nesse espaço, localizado no Leblon, na Zona Sul do Rio, que Lucas conquistou sua faixa-preta. Competindo na classe dos masters, Lucas conseguiu feitos admiráveis como competidor.

“Hoje sou bicampeão mundial, bicampeão pan-americano e primeiro no ranking No Gi. Creio que dessa forma eu posso contribuir para manter a nossa bandeira sempre no topo dos campeonatos, mas não é somente isso. Também posso contribuir para que a nossa metodologia e nossa cultura permaneça viva e forte em todos os nossos alunos e atletas da nova geração da Alliance.”, comentou.

Lucas Araújo com medalha de ouro conquistada no Mundial No Gi da IBJJF. Foto: @lucasaraujobjj

Hoje, Lucas possui grande representatividade na Alliance, equipe de Fábio Gurgel. Logo no início, em contato com a mentalidade dos líderes e com a metodologia aplicada dentro da academia, Lucas percebeu que o Jiu-Jitsu poderia ser muito mais que uma paixão.

“Em 2011, assim que eu cheguei na academia do Leblon, eu já percebi que ali o Jiu-Jitsu era tratado de forma diferente, como business. Atletas com patrocinadores, aulas particulares, professores e atletas viajando pelo mundo para ensinar o esporte. Então, essa foi a melhor escola que eu poderia ter tido naquele momento importante da minha caminhada. O Jiu-Jitsu me trouxe a oportunidade de viver um propósito, porque eu acredito que ele é uma ferramenta de transformação na vida das pessoas. Eu sigo espalhando isso por onde eu vou.”, disse Lucas.

Com as oportunidades que foram surgindo ao longo do caminho, Lucas se mudou do Brasil e ficou definitivamente nos Estados Unidos. De acordo com ele, o desenvolvimento acelerado da modalidade em território norte-americano faz com que seja possível um planejamento de carreira desde cedo, ainda na fase kids.

“Na América existem mais recursos que no Brasil, o que permite um melhor desenvolvimento como atleta. As academias são estruturalmente melhores e você tem mais acesso a suplementos de alto rendimento. Hoje em dia, até atletas mirins já começam com patrocínio desde cedo. Isso promove mais segurança no planejamento financeiro e permite que o atleta foque 100% no treino. Tudo isso aconteceu aqui por conta do valor que o Jiu-Jitsu entrega para as famílias americanas. Aqui eles reconheceram rápido esses valores e investem para que seus filhos cresçam dentro do esporte.”, analisou.

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