Confira as dicas fundamentais que o professor Dimitrius Souza costuma dar a seus alunos iniciantes:
1. Comecei a treinar aos 12 anos, e muitas vezes treinava com adultos muito mais fortes que eu. Para sobreviver, desde pequeno aprendi que, em nosso esporte, a prática e a teoria andam lado a lado. Então, começou o treino? Procure manter o tronco levemente para a frente, jamais totalmente ereto, e use sempre a mão na gola do oponente. É o que vai evitar que ele fique confortável para atacar e derrubar.
2. Ao fazer guarda, pense em controle. Uma vez por baixo, não tenha pressa. Tenha o controle. Treine para encontrar ao menos um tipo de guarda onde você se sinta confortável. Mantenha o abdome e os adutores firmes. Já reparou a posição dos seus joelhos, e o alinhamento com os pés? Observe um graduado treinando ou lutando e imite. Antes de você raspar, sinta se o oponente está bem preso. Agora, observe se você anulou o apoio dele (mão, pé ou joelho) para o lado em que pretende raspar. Caso contrário, fará força à toa e ele vai recuperar o equilíbrio, e manter a posição.
3. Caiu por cima? Maravilha, use a rapidez. Ao inverter a posição, procure conectar uma passagem de guarda à raspagem – você, assim, vai pegar a guarda do adversário sempre desarrumada.
4. Abuse da troca de lados para passar. Quando emendar raspagem e passagem não for possível, e o adversário tiver conseguido se proteger bem, procure manter as pernas livres, afastadas. Abuse muito das trocas de lado. Você se torna mais rápido quando está por cima. Trocar de lado rapidamente deixa o guardeiro desconfortável e, caso ele não tenha uma guarda afiada, você fatalmente vai passar, ou obrigá-lo a virar de quatro.
5. Passou a guarda? Calma! Respire, que o principal agora é não errar. A não ser que reste poucos segundos ou você tenha muita confiança no ataque planejado, arriscar um golpe de qualquer jeito é, 90% das vezes, sinônimo de perder a posição vantajosa.
6. Hora de desconstruir a defesa. Sem perder tempo nem a calma, ganhe as esgrimas pelas axilas, empurre os cotovelos do adversário para acima da linha do ombro dele. Mantenha a pressão – estar confortável enquanto o oponente está desconfortável é o que leva a vitória no Jiu-Jitsu.
7. Pintou um obstáculo? Remova! Observe o que está atrapalhando a sua evolução até a montada ou a finalização, e elimine aquele ponto. Existem muitos caminhos até o xeque-mate. Seu pensamento, ao dominar o oponente, deve ser: “Uma vez que cheguei na posição de domínio, não posso mais perder…”
8. Opa, o adversário tombou? Deu tudo errado? Calma, não se desespere. É essa a maravilha do Jiu-Jitsu, para o bem ou o mal. Há sempre uma saída. Nem tudo dá sempre certo, você provavelmente estava fazendo a manobra certa, mas deixou espaço. Reflita sobre esse erro depois, é hora de não deixar a situação piorar!
9. Foco na defesa. Afinal, tentar sair a qualquer custo de uma posição de aperto ou sufoco só vai piorar tudo, e você acabará finalizado. Recolha os joelhos, procure manter os braços próximos ao corpo, seu trapézio alto e o queixo no peito, para proteger o pescoço. E aguente firme.
10. Não se acomode. É hora de não permitir que a situação ruim fique péssima. O golpe dele não está pegando ainda? Boa, mas não fique estático – com seus braços colados, use as alavancas e explore bastante a fuga de quadril. Você precisa criar a distância necessária para conseguir repor a guarda, recuperar seu escudo protetor. Se o rival estiver nas suas costas, use um dos braços como defesa do pescoço e outro para tirar um dos ganchos dele (pés). Ponha sua nuca no chão e procure escorregar para longe. Deu certo? Recomece! Deu errado? Recomece também. Oss! E bons estudos.