Sentado à mesa do Bibi Sucos, Rio de Janeiro, camisa jogada no ombro, Bernardo Faria saboreia um açaí na companhia dos parceiros de Alliance Luiz Gustavo e Elan Santiago. Ao sair do barbeiro, logo ao lado, o repórter do GRACIEMAG.com percebe que está com fome de Jiu-Jitsu. Pede um açaí com mel e goiaba, puxa uma cadeira e aproveita para aprender um pouco.
O papo vai do Europeu de Jiu-Jitsu, no fim de janeiro, ao UFC 142. Mas Bernardo tem outras preocupações, geopolíticas e antropológicas:
“Sô, se eu morasse no Rio de Janeiro eu nunca que ia treinar num dia de sol desses. Eu ia direto para a praia!”, sorri o mineirinho treinado por Fabio Gurgel, curtindo dias na academia de Alexandre Paiva.
Mas o GRACIEMAG.com quer dicas de motivação e macetes para treinar, não para não treinar, e a prosa continua.
Bernardo conta que decidiu lutar o Europeu 2011 após ser convidado para uma série de seminários na Finlândia, fruto obviamente de um ano de 2011 muito bem-sucedido – venceu o Europeu, foi vice mundial, venceu o absoluto sul-americano, carimbou o passaporte para o WPJJ de Abu Dhabi…
“Finlandeses. Eta povo duro. Eles pegam muito rápido as posições, acho que vão sobrar no Europeu um dia…”, Bê aposta.
O papo descamba para o MMA, e Faria não se empolga. “Treino meu boxe, gosto de defesa pessoal, mas ainda não é a hora. Da Alliance quem pode muito bem arrebentar, e rápido, é o Bruno Malfacine. Vão criar a categoria dos moscas, mesmo sem treinar em pé acredito que ele vença muita gente!”, bota o cacife no amigo.
O repórter então repassa o ano de Bernardo, e chega nas duas lutas contra Rodolfo Vieira, o campeão pesado e absoluto do mundo. Rodolfo também deve aparecer no Europeu, título que ainda não possui, e o possível confronto de ambos remete a grandes finais do Europeu, como Roger x Jacaré, e Bráulio Estima vs Xande Ribeiro. Outra pedreira confirmada no caminho de Bê Faria em Lisboa será Lucio Lagarto.
Sopra uma brisa da praia do Leblon, e o repórter pergunta: “Depois de uma série de derrotas para o Rodolfo, o que faz crer que você vai conseguir vencê-lo?”. Bem-humorado, Bezão lista três motivos:
1. Vai com um Jiu-Jitsu mais forte, fisicamente inclusive
“Eu sofria um pouco para baixar para o peso pesado, e agora estou confortável como superpesado. Já venci torneios assim, meu jogo continuou bom nessa categoria mais pesada. Com isso acho que vou mais forte. Mas sempre no mesmo jogo que eu gosto – por cima ou por baixo”, diz.
“Gosto sempre de começar a luta com as minhas posições mais fortes. Caso eu puxe para a guarda, quero puxar já pra minha melhor raspagem ou finalização. Caso um adversário puxe, já quero me ajeitar para estar nas minhas melhores posições de passagem. O lance é procurar estar sempre um passo à frente do adversário – estar dentro do seu jogo, do que você faz melhor”.
2. Confiança nas raspagens de meia-guarda
“Se você for rever as lutas, eu chego a raspar o Rodolfo, eu tenho conseguido encaixar minha raspagem. Só não consigo cair por cima dele, ficar. Acho que mais pesado e mais forte, vou conseguir aquele detalhe que anda faltando”, aposta.
3. “É o resultado que falta!”
“Olha… Já perdi dele roubado, já perdi finalizado, já perdi na vantagem e perdi nos pontos. Já perdi por muito pouco e já perdi de lavada. Não falta mais nenhum resultado, só uma vitória para o meu lado! Pois é, não costumo reclamar de resultado, mas na primeira luta entre a gente, ah, o juiz viajou.”
E você, leitor? Como você trabalha sua confiança contra um adversário que sempre o incomoda? Comente abaixo!