Para quem não acompanha o Jiu-Jitsu, ou é imune à febre do MMA, pode parecer que José Aldo ganhou fama da noite para o dia, com a vitória narrada por Galvão Bueno na Globo, ontem, no UFC 142.
No entanto, como sabe o leitor do GRACIEMAG.com, o faixa-preta da Nova União ralou para hoje estar no topo e na boca do povo – e gastou o kimono também. O que aliás, ele continua fazendo nos treinos, normalmente nas semanas logo após uma luta.
A pedido do GRACIEMAG.com, a equipe do campeão peso-pena do UFC puxou pela memória e apontou cinco lutas memoráveis de José Aldo antes da fama. O amazonense, aliás, apareceu pela primeira vez nas páginas de GRACIEMAG no ano de 2004, por ocasião de um torneio sem kimono em São João da Barra. Lá, Aldinho deixou a torcida de olhos arregalados após um pega-pra-capar com Rodrigo Damm, numa frenética troca de chaves de pé.
Apesar de ter lutado muito, em especial na faixa-roxa e marrom, Aldo não tem tantos clássicos frescos na cabeça de seus professores. Por um motivo simples:
“Está cada vez mais difícil lembrar”, responderia um sonolento Dedé Pederneiras, um dia antes do UFC 142. “Isso porque nessa época ele era apenas mais um na equipe. Hoje, é o nosso campeão do UFC”, sorri o treinador.
Quem acaba solucionando a parada é o atleta e professor Vítor Shaolin, que também leva jeito para jornalista.
“Ele lutou com o Cobrinha, com o Bruno Frazatto e o Wilson Reis. E teve uma luta irada, contra o Celsinho Venícius, num absoluto leve em Búzios. Foi o maior lutão”, lembra o professor da academia BJJ NYC.
1. Contra Rubens Cobrinha
Ainda na marrom, José Aldo esbarrou com o futuro tetracampeão mundial dos penas na preta, Rubens Charles Cobrinha (Alliance). Foram duas lutas e duas vitórias para Aldo, segundo lembra Dedé Pederneiras. Até hoje o GRACIEMAG.com persegue esses videoteipes como um tesouro perdido. Quem tiver isso em vídeo, favor entrar em contato!
2. Contra Celsinho Venícius
Em 2004, os banhistas que passaram perto do tatame da Arena Búzios tiveram a chance de ver uma das grandes lutas de José Aldo, de graça. Celsinho (Gordo Jiu-Jitsu) é quem relembra: “Estávamos na marrom, e caímos na primeira luta no aberto até 75kg. Fizemos cara de brabo um para o outro e ficou um clima de confere na hora, mas nada pessoal, coisa de luta. Ele me puxou para a guarda, tirei a perna, fiquei na meia-guarda e venci. No final encaixei uma kimura, não lembro se pegou, mas foi algo assim. Ele já era um lutador bem duro, se não tivesse se concentrado no MMA certamente teria ganhado uma exposição maior no Jiu-Jitsu”.
3. Contra Wilson Reis
No Mundial 2003, organizado pela IBJJF no Tijuca Tenis Clube, Rio, dois craques do MMA se cruzaram antes da fama, na faixa-roxa. “Chegamos às quartas-de-finais da categoria pluma e foi uma luta dura, acelerada do começo ao fim. Eu já conhecia o Aldo de campeonatos anteriores, mas muita gente na categoria não o conhecia”, relembra Wilson (BJJ United), ex-campeão do Bellator.
“Mesmo assim ele me surpreendeu com um jogo rápido, muito bem preparado e com muito gás. Ele começou me ganhando nas vantagens, mas consegui derrubar com uma baiana, e vencer por 4 a 2. Foi uma luta muito dura, uma das vitórias de que mais me orgulho no Jiu-Jitsu, pois na minha visão ele sempre esteve entre os tops”, avalia.
4. Contra Bruno Frazatto
Craque da Atos Jiu-Jitsu e aluno de Roberto Tozi, Bruno Frazatto foi outro a atestar o valor de Aldo de kimono, na faixa-marrom. “Claro que lembro”, diz Frazatto. “Eu perdi, e quem perde não esquece. Estou no rancor com ele ainda! (Risos). Foi em 2004, em Niterói. Foi uma guerra, 4 a 4 no placar e vitória dele nas vantagens, se bem me lembro. Trocamos várias raspagens e terminamos num embola que parecia a guarda 50/50. Ele já era o lutador aguerrido de hoje. Pode falar para ele que quero revanche, só que de pano! (Risos)”.
5. Contra Leandro Martins
Para você sentir o estilo de José Aldo com o pano, confira ele em luta manhosa contra o bom Leandro Martins, na época atleta da TT Jiu-Jitsu e hoje na equipe CheckMat.