O domingo, dia 24 de março, entrou para a história dos Pans de Jiu-Jitsu graças a batalhas finais épicas.
O Pan 2013 no pacote completo foi muito mais emocionante que uma luta apenas. Mas houve destaques. Como a vitória de Marcus Buchecha contra André Galvão no absoluto. E o empate extasiante de Rafa Mendes e Rubens Cobrinha. Ou a virada de Clark Gracie na final dos médios, em cima de um impressionante Marcelo Lapela, que acabou apagado num estrangulamento a 9min34s de luta.
A faixa-preta foi tão eletrizante que ofuscou os excelentes faixas-marrons em Irvine, como o absoluto Keenan Cornelius e o vice-absoluto Paulo Miyao, campeão no peso-pena. Cornelius venceu Miyao por apenas uma vantagem no encerramento do domingão.
Confira, a seguir, os melhores momentos do evento da IBJJF que fecharam o domingo da elite. Afinal, se no sábado e na manhã dominical a coisa tinha ficado quente, nas finais o caldo derramou.
Absoluto: Buchecha esbanja criatividade contra Galvão
Na final do absoluto, Buchecha começou a vencer André Galvão com uma contraqueda. Mas o melhor estava por vir, pois o aluno de Rodrigo Cavaca tentou uma chave de ombro que deixou Galvão todo torto. Depois, Marcus não se abalou com uma queda linda de Galvão, que abraçou com uma cinturada e um ganchinho antológico. Mal caiu, Buchecha foi para a omoplata e fez o oponente alçar voo. No fim, 4 a 2 e uma aula de Jiu-Jitsu que, sentimos muito, a descrição não faz jus aos dois atletas. Lutaço.
Pesadíssimo: Buchecha goleia dinamarquês por 7 a 0
O primeiro campeão foi a fera Marcus Bochecha (CheckMat). O paulista encarou Alexander Trans na final, e passou a excelente meia-guarda do dinamarquês. Depois, montou e trabalhou o estrangulamento, mas Trans defendeu bem. No fim, vitória por 7 a 0.
Meio-pesado: André Galvão fecha com Guto Campos
No meio-pesado, a final foi fechada por André Galvão e Guto Campos, ambos representante da equipe Atos. O caminho de ambos no entanto foi uma pedreira. Galvão finalizou Renato Cardoso (CheckMat) e Tarsis Humphreys (Alliance) como se isso fosse fácil. Já o gaúcho da Guetho fez algo talvez tão complicado: foi capaz de passar a guarda de Rominho Barral duas vezes, para vencer a semifinal.
Peso-galo: Caio Terra confunde Bruno Malfacine
A disputa do peso-galo foi menos uma guerra e mais um jogo de xadrez. Caio Terra tinha uma tática bem definida: confundir o pentacampeão mundial e surpreender. Para tal, puxou para a guarda, agarrou o pé direito de Bruno Malfacine e não largou mais, deixando o atleta da Alliance sempre desconfortável, sem alicerce para firmar base e botar pressão. Com as pernas emboladíssimas, Caio Terra subiu e ganhou os dois pontos. Não houve tempo para Bruno decifrar como escapar da teia.
Pluma: Gui Mendes confirma favoritismo contra Laércio
No peso-pluma, as guardas elásticas de Guilherme Mendes (Atos) e Laércio Fernandes (Lotus Club/Alliance) entraram em rota de colisão. Depois de as feras ficarem agarradas na guarda 50/50, Gui conseguiu tombar Laércio e abrir 2 a 0, restando três minutos. O popular Lalá não se abateu e conseguiu raspar de volta. Apesar de estar na frente nas vantagens, Gui tratou de garantir a vitória nos pontos. Quase no finzinho, o mais velho dos Mendes usou a elasticidade e raspou para vencer por 4 a 2. E correu para ver de camarote o irmão lutar com Cobrinha.
Pena: Rafa Mendes vence na decisão unânime em luta de tirar o fôlego
Pelo peso-pena, a final foi a mesma de sempre, com os altamente técnicos Rubens Cobrinha (Alliance) e Rafael Mendes (Atos). Rafa começou chamando Cobrinha para a guarda, e trabalhado dali conseguiu dominar e tirar a base da fera da Alliance para raspar sem perder tempo. O experiente Cobrinha não deixou se abater e surpreendeu: depois de se livrar do embolo e dos perigos tentados por Mendes, puxou para a guarda-aranha.E devolveu os dois pontos com uma linda raspagem, chutando Rafa com estilo e deixando tudo igual. Por baixo, Rafa procurou raspar Rubens até o último segundo, mas este não caiu. A luta terminou empatada e na decisão dos juízes Rafael Mendes levou a melhor, com os votos dos três árbitros.
Peso leve: Michael Langhi retorna ao Pan e fecha com Lepri de novo
Michael Langhi e Lucas Lepri (Alliance) dominaram o peso leve e fecharam a categoria. Para chegarem lá, Langhi raspou JT e Lepri passou por Vinicius Marinho.
Peso médio: Clark Gracie apaga oponente no último minuto
Nos médios, Clark Gracie mostrou que sua omoplata está afiada. Mas Marcelo “Lapela” Mafra havia percebido isso no decorrer do campeonato, ao ver o Gracie eliminar Otavio Sousa e DJ Jackson. Marcelo então usou a tática que havia dado certo contra Kayron Gracie e com Vitor Henrique: puxou e raspou. Mas Clark Gracie insistiu até o fim e foi premiado. Por cima, tentou passar, viu a oportunidade da omoplata e a encaixou. Com o braço de Lapela preso, o Gracie escorregou e puxou a gola, a 26s do fim. A posição estava tão ajustada que Lapela, que não quis bater, dormiu.
Pesado: Roberto Tussa mostra base e vence Nivaldo
As pedreiras Roberto Tussa (Gracie Barra) e Nivaldo Oliveira (CheckMat) mediram força na final dos pesados. Tussa havia finalizado Paulo Tarcísio, e o amigo da CheckMat veio para tentar a vingança, depois que Lucas Leite o deixou passar. O combate foi bem equilibrado, Nil puxou tentou fisgar uma omoplata mas não teve sucesso. Tussa foi encontrando sua pressão devagar, até que obrigou o faixa-preta da CheckMat virar de quatro apoios e ganhou uma vantagem. No restante da luta, ambos trocavam pegadas para derrubar, até que o professor da Gracie Barra deu um double-leg mas caiu fora. Duas vantagens, e Tussa foi o campeão dos pesados.
Superpesado: Léo Nogueira raspa Gabriel Vella da meia-guarda
Os superpesados Leo Nogueira (Alliance) e Gabriel Vella fizeram uma final digna deste “duelo de gerações”. Léo chamou logo Vella para a meia-guarda e começou a trabalhar a raspagem, mas não teve sucesso com a base sólida de Gabriel. Léo insistiu, se enfiou embaixo do aluno de Ryan Gracie e conseguiu raspar. Com calma, passou e montou. No fim, 8 a 0 e o ouro na bagagem.
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