No dia 29 de maio deste ano, há exato um mês, de forma inesperada, faleceu Pedro Brandão, o Pedrinho. Todos os que o conheceram ou tiveram experiência ao lado do faixa-preta sabem da vitalidade, atitude, hombridade, coragem… Enfim, seria necessária uma lista infinita de adjetivos para descrever o companheiro e amigo.
Sua coragem foi muito além da arte suave, modalidade em que venceu torneios importantes como o Campeonato Brasileiro e Pan de Jiu-Jitsu, tendo derrotado adversários duríssimos nos dojôs como Frédson Paixão, BJ Penn, Baret Yoshida, Daniel Moraes, Rodrigo Damm e Ramon Lemos, entre outros.
Pedrinho esteve em ação pelos Rangers, um soldado exemplar na elite do exército americano, conhecido como “Super-Herói”. Foi o primeiro a levar o Jiu-Jitsu para as tropas, ensinava a modalidade para mais de 150 crianças e aproximadamente 50 soldados que, pela primeira vez, representaram os Rengers numa competição, o Pan de Jiu-Jitsu.
Por tudo isso – e muito mais -, foi duro entender o fato de um aneurisma cerebral ter tirado a sua vida tão inesperadamente. Para falar desse verdadeiro guerreiro da Gracie Barra e homenageá-lo, nada mais justo que dar a palavra a pessoas que puderam, por muito tempo, conviver com o lutador:
Mestre Carlos Gracie Jr.
“O Pedro, apesar de não ter tido uma vida tão longa, sempre viveu tudo de forma muito intensa. Ele é um cara que sempre admirei pela lealdade, caráter e os princípios que tinha. Um cara que, onde estivesse, representava a Gracie Barra.
A morte não existe. Um dia nos encontramos novamente” Carlinhos Gracie
“Ele abraçou a nossa filosofia e levou para a vida. No exército americano, conseguiu chegar aonde queria, se tornou um Ranger, um soldado de operações especiais. Em tudo que ele se envolveu, tinha resultados. Isso é por causa de toda a determinação que ele tinha quando queria algo.
“É uma perda muito grande, mas, como a morte não existe, ainda vamos nos encontrar, com certeza!”
Marco Joca “Piu Piu”
Ele tinha a Gracie Barra no seu peito e a filosofia do guerreiro na mente” Piu Piu
“Eu só posso dizer que apenas algumas poucas pessoas no mundo conseguem ser abençoados em ter um amigo como o Pedrinho, com a sua personalidade de ferro, o seu caráter inabalável e a sua lealdade eterna.
“Pedrinho sempre foi um líder desde a sua infância e ensinou muito aos amigos próximos através de suas ações. Dentre todas as oportunidades que tive em compartilhar momentos com ele, o que sempre me impressionou foi a sua vontade em encarar desafios e a certeza em superá-los. Ele realmente tinha um incansável espírito capaz de vencer qualquer batalha da vida!
“Perdemos um irmão que tinha a Gracie Barra no seu peito e a filosofia do guerreiro na sua mente. É com muita honra e respeito que eu reconheço neste momento que os feitos do Pedrinho ficarão eternamente na memória e no coração de todos nós.
“Eu e o Pedrinho, ao lado do Flavio Almeida, nos conhecemos desde crianças e treinávamos juntos na GB. Participamos de competições juntos desde 1994, estudamos juntos no colégio, morávamos na mesma vizinhança, saíamos para festas e íamos para a praia… Enfim, uma amizade de aproximadamente 16 anos.”
Alexandre Soca
“Pedro foi um grande amigo e quem eu o considero como um irmão. Como lutador, um grande competidor, sempre lutando com muita disposição e raça. Ganhou várias competições importantes e em quase todas eu estava presente no seu corner. Eu incentivava muito ele para treinar mais e mais e, durante muitos anos, treinamos juntos. Toda semana, além de treinarmos juntos na Gracie Barra, ele ia treinar na minha antiga academia no Rio de Janeiro.
“Quando ele me disse que queria entrar para o exército americano, cheguei a tentar direcionar ele pra outro caminho. Mas, quando vi que ele realmente queria isso, o incentivei muito, pois do jeito que o conhecia sabia que ele podia chegar aonde chegou.”
Alexandre Crispim
Nos Rangers era conhecido como Super-Herói” Crispim
“Me sinto muito honrado de escrever sobre o Pedrinho, mas sei que será muito difícil descrever o que o Pedrinho representa para mim e para todos nós que conheceram ele e os que não conheceram.
“Para mim o Pedro era o melhor amigo, um irmão e conselheiro de todas as horas.
“Estou fora do Brasil desde 2003 e não só vi, mas participei de toda a sua evolução para se tornar um grande e destemido homem. Desde que saímos de nosso bairro, a Barra da Tijuca, ele me inspirou a tentar melhorar a minha vida, pois ele sempre foi o melhor incentivador de seus amigos, sempre nos fez acreditar que o céu é o limite e nunca devemos nos botar para baixo, porque a vida nunca para!
“Um grande exemplo de pai, marido, irmão e muitas outras coisas, pois palavras são poucas para descrever uma pessoa com tantas qualidades! Ele era muito iluminado e estará com Deus, olhando sua família, sua filha Yasmim e o seu filho Pepe.
“Para os que conheciam, era o melhor amigo para qualquer hora e qualquer momento! Para os que não o conheciam, ele se tornou um super-herói! É como era chamado por muitos americanos após se alistar no exército, o Army Rangers, e participar bravamente em três guerras representando os EUA.
“Era engraçado quando eu perguntava para ele porque ele se alistou. Ele falava que precisava de uma adrenalina diferente! Se eu continuar eu acho que posso escrever alguns livros a respeito do Pedrinho com todas as boas palavras que representem o que um grande homem precisa para ser alguém como ele.
“Pedrinho, eu e todos os ‘Barra Brothers’ nos sentimos honrados de poder falar que somos seu amigo e continuaremos a ser para sempre e continuaremos a passar todos os valores que você nos ensinou! Fica com Deus. Vamos orar todos o dias de nossas vidas por você e sua família! Barra Brothers Forever!!!”