Anderson Silva teve um dos desafios mais duros da carreira e o mais complicado desde que estreou no Ultimate Fighting, em junho de 2006. No quinto round, em luta pelo UFC 117, a única chance de manter o título de médios era o nocaute ou a finalização. Aconteceu a segunda opção, uma chave de braço com o triângulo arrochado no pescoço de Chael Sonnen, o desafiante.
Com o cinturão garantido mais uma vez e campanha invicta no Ultimate (12v), o dia seguinte ao triunfo – também dia dos pais – foi tranquilo para o campeão.
“Normal, cara. Fiz a minha mala e estou voltando para casa, em Los Angeles. Falei com os meus filhos ontem e está tudo certo, todos com saúde e em paz”, diz o Aranha, enquanto despacha a bagagem para pegar mais um voo.
Confira o bate-papo com o GRACIEMAG.com:
Esperava uma luta tão dura?
Toda luta é dura, né cara? Luta é luta e o importante é que estou voltando inteiro para casa.
Tirou alguma lição dessa guerra contra o Chael Sonnen?
Acho que aprendemos em todas as lutas, com as vitórias e derrotas. Aprendemos com tudo, em todos os sentidos, seja qual for o momento. O que às vezes as pessoas esquecem é que quem está acima de tudo é Deus. Não parei de pensar nele em nenhum momento da luta e ele não me abandonou. Lógico, a gente tem que treinar e tudo, mas a fé é muito importante. Lembro que de um round para o outro olhei para cima e pedi que ele guiasse meus movimentos, e ele me iluminou. É até difícil falar isso a uma revista como a GRACIE. Muita gente vai ler e podem achar que estou fazendo média. Mas, quem viu a luta percebeu que estava tudo perdido e faltavam apenas dois minutos. Senti uma presença muito forte de Deus ali e foi importante.
O Sonnen foi bastante arrogante na promoção do combate. Depois que foi finalizado, tentou argumentar que não bateu. O que achou disso tudo?
Todo mundo viu que ele bateu. Mas dá para entender ele agir assim ainda no calor da luta. Eu já cometi muitos erros e todo mundo comete, ninguém é perfeito. O que importa é que fizemos uma boa apresentação e o público gostou. Acho que é uma luta que entrou para história, ele está de parabéns e eu também. Agora vai cada um para a sua casa, para a sua família, e tentaremos melhorar.
Eu disse ao Minotauro que iria finalizar essa luta” Anderson
Por que decidiu entrar para a luta trajando um kimono de Jiu-Jitsu dessa vez?
Sou faixa-preta dos irmãos Nogueira e dou a vida por eles. Digo isso e não preciso pelar o saco deles e nem eles o meu. Tenho o Rodrigo como meu mestre e o Rogério como um irmão e professor também. Se não fosse por eles, não estaria aqui hoje. Decidi botar o kimono em homenagem a eles e pelos comentários. Eu disse ao Rodrigo que iria finalizar essa luta, eu falei. Deu tudo certo mais uma vez.
Você comentou depois da vitória que lutou com a costela machucada…
Estava com esse problema há um tempo. Algumas semanas antes da luta, machuquei a costela num treino com o Lyoto e mais um pessoal. A dor foi agravando e fui ao médico, que recomendou não lutar, porque poderia piorar. Mas isso é passado. Agora é recuperar e pensar na próxima.
E quando e com quem vai ser a próxima?
Agora só penso em chegar em casa para descansar, ir ao médico e me tratar. Depois disso, vamos ver o que vai ser feito.