Faixa-preta campeão mundial de Jiu-Jitsu em 2003, o professor Felipe Costa lista hoje dez motivos para você deixar o Jiu-Jitsu entrar na sua vida em 2015.
Como o peso-galo afirma, o melhor presente de Ano Novo que você pode dar a si mesmo é um kimono cheirando a novo e a matrícula na academia de Jiu-Jitsu de sua preferência. Você não vai se arrepender.
“Após começar no Jiu-Jitsu, aposto que os leitores vão perceber outros dez motivos excelentes por que gostaram do Jiu-Jitsu. Gostaria que eles mesmo comentassem aqui neste espaço seus próprios motivos”, incentiva Felipe.
Se ainda faltam motivos para você vencer a inércia e a desconfiança e começar um novo esporte maravilhoso, perfeito para praticantes de 9 a 99 anos, veja os benefícios listados por Felipe:
1. Aprender a se defender
“O Jiu-Jitsu, especialmente no Brasil, por ser bem conhecido entre os jovens, tornou-se sinônimo de MMA ou luta esportiva. No entanto, a origem e parte mais importante do Jiu-Jitsu brasileiro é a defesa pessoal. Aprender a se defender não significa aprender a brigar. O conhecimento de defesa pessoal vai apenas capacitar você a evitar uma situação de perigo, sem precisar bater em ninguém na maioria das vezes”, explica o faixa-preta.
2. Ter prazer no exercício
“Muitas vezes as pessoas fazem exercícios sem conseguir obter nenhum prazer neles. Fazem por obrigação, por questões de saúde ou estética. Há, claro, quem ame correr ou fazer musculação, sem dúvidas. Mas o Jiu-Jitsu proporciona um exercício com mais dinâmica e interação com outras pessoas, sem ter de se prender a aparelhos e pesos. Quantas vezes você se matriculou numa academia de musculação ou comprou o melhor tênis de corrida? Você permaneceu ou parou?”, questiona Felipe Costa.
3. Fazer novas amizades
“O Jiu-Jitsu atrai todos os tipos de pessoas, independentemente de credo, raça ou nível social. Em cima do tatame todos são iguais, e essa é uma oportunidade ímpar de conhecer novas pessoas e vivenciar suas experiências através de novas amizades. Conheci alguns dos meus melhores amigos no Jiu-Jitsu, e também tive chance de dar aula no mesmo ambiente para muçulmanos e judeus ortodoxos, todos com o mesmíssimo kimono. Todos se respeitavam e até interagiam – este é o poder dessa arte marcial”, comenta o professor.
4. Poder competir em vários níveis
Como Felipe lembra, o “Jiu-Jitsu ainda é um esporte amador, mas os atletas de alto nível se preparam como profissionais. Aventurar-se em competições como o Campeonato Brasileiro da CBJJ ou o Mundial da IBJJF é possível, e muitos gostam de se testar. Mas você pode ser uma pessoa que treina por hobby, e aí existem também campeonatos locais onde a pressão e a concorrência é menor. O campeonato é separado por categorias de peso, idade e faixa. Com isso, você pode se testar com pessoas de academias diferentes que tenham a mesma experiência, idade e peso seus”.
5. Treinar é progredir
“Muitas academias incentivam os alunos a competir, mas a realidade é que alguns alunos não lutam por um motivo ou outro. Se a disputa não for algo atraente para você, saiba que isso não faz diferença. É perfeitamente possível dar continuidade à sua evolução sem ter de competir. Seu professor vai saber ajudar você estipulando metas dentro da própria academia, que serão um grande incentivo para o seu progresso”, atesta.
6. Aprender a controlar a adrenalina
“Ao iniciar no Jiu-Jitsu, você vai sair da sua zona de conforto. Haverá momentos que pessoas fisicamente menores e mais fracas vão lhe colocar em posições onde você estará completamente dominado, e será obrigado a desistir para reiniciar. Você vai aprender a manter a calma nesses momentos, a pensar sob pressão e diante do cansaço. São desafios fora de sua zona de conforto, mas com riscos controlados – ou seja, basta pedir para parar e você pode recomeçar. Esse desafio em cima do tatame vai refletir na sua vida diária, seja ao fazer uma prova, entrevista ou até mesmo falar com alguém desconhecido ou discursar em público. E você nunca vai sofrer com a mesma adrenalina e o mesmo frio na barriga novamente”, defende o peso-galo.
7. Cuidar do corpo
“O medo das contusões é uma das preocupações mais comuns para quem nunca vestiu o kimono. Existem pessoas que até têm vontade de praticar Jiu-Jitsu, mas pensam que o percentual de contusões é grande. Isso é uma percepção completamente falsa. Primeiro que o Jiu-Jitsu não tem impacto, não há socos ou chutes. Existe sim, a parte das quedas, como no judô, que podem ser duras no corpo. Mas é possível simplesmente aprender o básico e começar os treinos sempre sem incluir a parte das quedas, o que é o mais comum na maioria das academias no mundo afora”, garante.
8. Praticar uma atividade com seus filhos
“Cansei de ver casos em que o pai foi levar o filho para treinar, se interessou e deu continuidade aos treinos”, recorda Felipe. “E o oposto também é comum, o filho vê o pai treinando e se interessa. Claro que pai e filho são apenas exemplos, já vi famílias inteiras em cima do tatame, e não estou falando da família Gracie (risos). Ao mesmo tempo em que os desafios são individuais, é extremamente divertido trocar informação em família. Muitas das vezes cada um desenvolve um estilo e pode brincar e estimular o desenvolvimento do outro”.
9. Jiu-Jitsu é terapia e meditação
“O Jiu-Jitsu é uma terapia, é aquele momento do dia em que você esquece os problemas, distrai-se e relaxa. Com o treino em si, você vai atingir níveis de concentração que nem iria imaginar. Sua cabeça esquece todo resto e você passa a ter um entendimento do seu corpo e de seus limites que nunca experimentou antes. Isso sem falar no bate-papo que sempre rola antes e depois do treino, que muitos dizem ser o mais prazeroso de tudo”, prega o atleta formado por Rodrigo Comprido.
10. Amor globalizado
“O Jiu-Jitsu é uma arte em ascensão e está a cada dia se popularizando mais”, conclui Felipinho. “Hoje, em quase todo lugar do mundo, você vai conseguir achar uma academia de Jiu-Jitsu ou um clube onde se pratica a arte. Você vai adorar ter a oportunidade de treinar e trocar experiência com alguém que vem de um estilo e de uma cultura diferente a que você está acostumado”.