Bicampeão mundial de Jiu-Jitsu em 2009 e 2010, Michael Langhi estava afastado do seu velho habitat: o topo do pódio na Pirâmide.
Durante esses cinco anos, Langhi duelou com lesões e contratempos, viu surgir astros que conseguiam decifrar sua guarda-aranha flexível e criativa, caso de Leandro Lo e perdeu lutas por detalhes, como sempre ocorre no Jiu-Jitsu de alto nível. Mas o professor da Alliance tinha fé de que aquele lugar no topo do pódio ainda era um lugar alcançável.
O encontro com o tricampeonato, e com o amigo de equipe Lucas Lepri, estava marcado para este ano. Mas não seria uma caminhada simples, como aliás o peso leve de um Mundial jamais foi, em 20 anos de histórias.
Langhi iniciou a trajetória com uma vitória mínima sobre o bom Aj Sousa (ATT), por duas vantagens. Para se ter uma ideia, Aj começou a estudar guarda vendo DVDs de Langhi, então era pupilo contra mestre virtual.
No domingo, Langhi avançou no evento da IBJJF ao superar Samuel Hertzog por duas vantagens, na quarta de final, ao jogar por cima. Na semifinal, no entanto, havia outro reencontro: com Jonathan “JT” Torres, faixa-preta mais cabuloso a cada ano que passa, e que no ano passado havia eliminado Langhi na semifinal.
Enquanto isso, do outro lado da chave, Lepri já despachara Ilke Buluto (Icon BJJ), dera um armlock em Rodrigo de Freitas (GB) e vencera Gabriel Rollo nos pontos.
A semifinal foi tensa e parelha, e com uma raspagem para cada lado, Michael Langhi venceu por uma vantagem salvadora. Como Lepri foi o campeão ano passado, cedeu o tri de bom grado ao companheiro.
Se em 2009 o título fora marcado pela ótima forma, e em 2010 pela superação, ao vencer mesmo com o ombro lesionado, em 2015 o título foi da estratégia perfeita e da frieza para bater concorrentes jovens e duríssimos.