Há algum tempo o Jiu-Jitsu é empregado como importante instrumento no auxílio de policiais. No Brasil, apesar de não ser uma cadeira obrigatória na polícia, muitos na profissão buscam a arte suave. E os benefícios vão muito além das vantagens que o Jiu-Jitsu pode trazer numa ocorrência, na imobilização ou defesa contra algum suspeito.
Quem pode falar sobre isso é Douglas Maddarena, aluno de Carlos Liberi na Gracie Barra Campinas, em São Paulo. Definitivamente, a luta mudou a vida do policial civil que, dedicado, alcançou a faixa-preta em sete anos de prática.
“Comecei a treinar em 2003, através de um colega de profissão que faleceu. Meu amigo era faixa-marrom, também policial civil, e, infelizmente, tombou em serviço. Na época, em decorrência da minha profissão, sofria de síndrome do pânico e estava com 102kg, sendo que tenho apenas 1,71 de altura. Estava obeso”, conta.
Douglas, carinhosamente apelidado de Presuntinho pelos companheiros de equipe, vive o estresse de ser policial em São Paulo.
“Trabalhei em unidades especiais como o GARRA (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), na DIG (Delegacia de Investigações Criminais) e em delegacias de menores. Trabalhei muito com entorpecentes e lidei com marginais perigosos. Investiguei até o Primeiro Comando da Capital (PCC), em Campinas, tendo efetuado prisões. Também trabalhei na repressão de rebeliões em cadeias e sou investigador de polícia há 18 anos”, conta.
Na qualidade de vida e do trabalho como policial, Douglas indica o Jiu-Jitsu como grande ferramenta.
“Desde que comecei a treinar, minha saúde psicológica melhorou 100% e a física nem se fala. Foi uma vitória muito grande. A Gracie Barra é uma família que conheci. O Jiu-Jitsu foi bom para a minha vida pessoal mais do que tudo. E isso só melhorou a minha vida, porque fiz verdadeiros irmãos. No domínio de marginais e presos em rebeliões, quando não há o uso de armas letais, me saí muito bem”, diz ele, que continua:
“Consegui ensinar alguns amigos de profissão a também fazer o domínio através do Jiu-Jitsu, o que evita o número de baixas, já que não precisamos usar a arma. Também evita o abuso de autoridade, pois podemos dominar o indivíduo para algemá-lo. Na minha vida profissional foi espetacular. Evitou muita dor de cabeça. Inclusive, o emprego do Jiu-Jitsu e a sua filosofia dentro do meu trabalho me ajudou a atingir a chefia de unidade especializada”, completa.
Douglas ainda arruma tempo para competir, tendo conquistado a medalha de prata num torneio interno da Gracie Barra. Na sua academia, pôde acompanhar de perto a introdução do sistema de Escolas Premium, desenvolvido pelo mestre Carlos Gracie Jr., que está sendo padronizado em filiais da GB por todo o mundo.
“Dá muito mais confiança, por exemplo, aos atletas iniciantes. Os novos lutadores, quando vão fazer o primeiro combate dentro da academia, já estão com a base formada. Além disso, é unificado em todo o mundo. O aluno sabe que, o que está aprendendo aqui, é o que é ensinado em todo o planeta. Isso dá uma confiança muito grande e a didática melhorou muito. Só tem a acrescentar e a prova do sucesso é que o tatame está cheio”, encerra.