Mesmo após vencer o maior evento de MMA ocorrido no Oriente Médio, o ADFC, o peso pesado Shamil Abdurahimov (12v, 1d) não se vê como um candidato a sucessor do compatriota Fedor Emelianenko.
Em entrevista ao GRACIEMAG.com, Shamil comentou a conquista, ocorrida em 11 de março, e disse quando teve certeza de que seria campeão do ADFC, em que enfileirou Jeff Monson, Rameau Sokoudjou e Marcão Oliveira, o outro finalista do torneio. A única derrota da carreira de Shamil foi para o brasileiro Thiago “Big Monster” Santos.
Como foi seu começo no MMA?
Como é costume em Dagestan, de onde eu vim, desde a infância os pais já levam todas as crianças para fazer algum esporte. E lá a luta olímpica estilo livre é bastante desenvolvida, então a maioria dos moleques começa nesse esporte. Gradualmente a coisa foi ficando séria, uma competição atrás da outra, e naturalmente comecei no MMA (em 2008).
O que você fez de diferente nos treinos para o GP?
De início, treinei normalmente, mas depois de vencer Jeff Monson eu percebi que a preparação seria insuficiente, já que eu precisava estar acima dos outros concorrentes. Eu então enfrentei Sokoudjou. Para mim seria meu pior adversário, mas tudo correu como normalmente, e não duvidei da vitória em nenhum instante. Foi aí que eu percebi que o milhão de dirhans era meu. Ainda mais quando o brasileiro (Marcão) começou a falar muito, a provocar, antes de nossa luta. Quem fala muito faz pouco. (Marcão fez brincadeiras de que deixaria o russo segurar por uns segundos seu cinturão após a luta.)
Mas seja como for, eu respeito todos os oponentes que tive no GP. Cada um deles foi um obstáculo necessário, e são lutadores valorosos, porque eles já fizeram muitas outras lutas na vida. Para mim, não vejo os adversários como FORTES, e sim como VALOROSOS.
Você se considera um natural sucessor de Fedor Emelianenko, outro russo que dominou as paradas por um bom tempo?
“Feodor” é um esportista do maior valor, e todo esportista valoroso durante a vida conhece o apogeu e queda. E todos seremos um dia superados e substituídos. Eu não me considero um sucessor do estilo e da técnica do Fedor, mas também tenho minha torcida na Rússia, e isso me basta.