Leandro Lima tem 33 anos, é carioca, casado com Ana Abreu e pai de Miguel e Francisco. Trabalha com som há 15 anos, começou como estagiário e hoje é apontado como um dos grandes na área, como técnico de som em grandes produções. De 1997 para cá foram 11 prêmios em diversos trabalhos, como você vê aqui.
Há pouco mais de um ano, juntamente com Roberta Salomone, ele vem produzindo um filme/documentário sobre o MMA, chamado “Lutando para vencer – O crescimento do MMA no Brasil”, baseado na vida e na rotina de alguns lutadores da Nova União.
Em entrevista exclusiva ao GRACIEMAG.com, ele conta o que aprendeu com o filme e como teve a ideia de se “infiltrar” nesse mundo para documentar um pouco da história dos atletas.
GRACIEMAG: Como surgiu a ideia do filme “Lutando para vencer?”
LEANDRO LIMA: Tenho uma amiga, a Roberta Salomone (co-diretora do filme), que trabalhava fazendo o marketing esportivo do André Pederneiras. Em agosto de 2011 ela me contou sobre ele, eu fiquei lá ouvindo toda a história e pensando que seria um bom tema para eu documentar e estrear como diretor. A Roberta marcou uma reunião com o Dedé para me apresentar, sugeri de fazer o filme e ele curtiu.
Por que a opção pelo Dedé Pederneiras?
Escolhi o Dedé pois ele foi eleito o melhor técnico de MMA do mundo em 2011, e a evolução de sua equipe foi um bom modo de mostrar no cinema esse crescimento do esporte. Quando começamos a filmar, pedi ao Dedé dois atletas para seguirmos mostrando essa evolução. Ele sugeriu o Renan Barão e o Eduardo Dantas, e foi uma ótima escolha, pois durante as filmagens os dois ganharam o cinturão, um no UFC e o outro no Bellator.
Como foi viajar e ficar confinado com essas feras?
Filmamos em três países além do Brasil, e é aí que vem a história do filme, essa aproximação pessoal que se criou com ele. Hoje tenho uma relação com o Dedé bem próxima, devido a esse tempo todo ao lado dele e de sua equipe, a Nova União, considerada a melhor do mundo entre os pesos leves.
Há previsão para o lançamento do filme nas telonas?
Fomos convidados para o Fife (Festival Internacional de Filmes de Esporte) em outubro agora, no Rio de Janeiro, e temos em vista outro festival em novembro. Estamos acabando a montagem, e depois disso o objetivo é conseguir um distribuidor.
Qual é a mensagem que você pretende passar com o documentário?
O MMA está mudando a vida de muitas pessoas no Brasil e no mundo. Muitos desses atletas não têm condições financeiras para bancar os treinos e o Dedé faz com que isso aconteça, além de ele ter um grande carinho como “paizão” de todos no time. É uma grande família, e no Brasil falta o papel do pai nas famílias… Essa é a mensagem.
O MMA hoje é uma ferramente forte de inclusão social?
O MMA é uma forma de inclusão social sim. Fizemos entrevistas com dois bandidos da comunidade do Santo Amaro, no Rio, que cresceram com o Dudu Dantas, Marlon Sandro, Hacran Dias e outros atletas da Nova União. O filme mostra que, em vez de estarem assim como os dois no mundo do crime, os lutadores estão alcançando seus sonhos lutando no UFC e outros grandes eventos de MMA.
Como você começou no Jiu-Jitsu?
Comecei a praticar Jiu-Jitsu durante as filmagens do “Tropa de Elite”, nas aulas do Chico Salgado, ao lado de Wagner Moura, Caio Junqueira e André Ramiro. Gostei e hoje treino na Nova União, sou faixa-branca. Quando não estou filmando, levo meus filhos para a escola às 7h30 e corro para o treino, no Flamengo, na academia Upper.
Falando no “Tropa”, tem uma cena no segundo filme em que o Capitão Nascimento treina com o filho. Você tem dois, eles também praticam?
Eles têm praticado com pouca frequência, mas fico sempre lembrando: “Olha, agora poderíamos estar indo para o Jiu-Jitsu…” Às vezes eles falam: “Vamos”! Mas eles já tem a referência de seus ídolos dentro da academia, como José Aldo, Renan Barão, Marlon Sandro, Dudu Dantas, entre outros, e isso os influencia bastante.
Confira o teaser do filme: