Certa vez, alguém teria perguntado a Bruce Lee sobre a importância da faixa-preta.
O ator e mestre de kung fu respondeu que ela não passava de uma tira de pano para segurar as calças.
Passadas quase três décadas, hoje percebemos que Lee estava errado.
A faixa é muito mais do que uma tira de pano, muito além de um acessório na vestimenta do lutador. Pelo menos no mundo do Jiu-Jitsu, a cor da faixa deve representar as conquistas e história individual de quem a ostenta. É triste ver que as vezes ela acaba se tornando uma ferramenta de comércio na mão de maus profissionais.
Tem-se visto, infelizmente, uma leva de praticantes que são graduados sem o mínimo de critério, principalmente fora do Brasil. Quanto mais distante as pessoas estão das raízes do Jiu-Jitsu brasileiro, mais vemos discrepâncias no que se refere à graduação.
São pessoas graduando outras sem o mínimo de respeito à história do nosso esporte, nossa luta e nosso estilo de vida. Devemos levar em consideração o processo evolutivo de cada um, não só a parte técnica, mas também a alma e o caráter de cada um. De que adianta termos um excelente atleta faixa-preta se o mesmo esquece os princípios morais que norteiam o Jiu-Jitsu?
Óbvio, não podemos cobrar alto nível técnico de um praticante que consegue subtrair umas poucas horas do dia para treinar, pois precisa estar presente no seu trabalho – daí, talvez, a existência maciça de competentes médicos, pilotos, policiais, advogados e outros tantos profissionais que são representantes dignos do Jiu-Jitsu, muitos já de faixa-preta.
Entretanto, todos temos a obrigação de fiscalizar o procedimentos utiizados por academias e associações sob pena de estarmos dando um tiro no pé do esporte.
O critério precisa ser universal, e respeitado. É preciso um padrão mundial, um exame bem estrutrado para que não nos tornemos reféns da própria sorte.
A faixa com certeza não serve apenas para segurar as calças: ali deve estar estampado o DNA do seu Jiu-Jitsu.