Campeão meio-pesado e vice no absoluto do Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu 2019, Rudson Mateus protagonizou, ao lado de Nicholas Meregali, um dos momentos mais marcantes do torneio.
Na última luta do evento, realizado em Barueri e encerrado no domingo, dia 5 de maio, Rudson recebeu a quarta punição (uma por cruzar e três por falta de combatividade) acabou desclassificado.
Rudson falou sobre os momentos finais da luta em peso aberto, sobre a final do meio-pesado, avaliou seu desempenho no torneio e o saldo final da competição. Confira!
GRACIEMAG: Como você avalia seu desempenho no Brasileiro, em geral?
RUDSON MATEUS: Meu desempenho foi excelente. Consegui impor o meu jogo, trabalhando tanto por cima quanto por baixo, que é algo que eu tenho treinado bastante. A cada campeonato eu tenho me sentido mais confiante, usando posições dos meus treinos.
Qual foi sua luta mais complicada no torneio?
Tive muitas lutas duras, só que a mais complicada foi com o Duzão Lopes, na semifinal do absoluto. É um adversário muito pesado e isso fez com que eu me desgastasse muito. Acredito que se fosse tudo no mesmo dia seria até melhor, pois meu corpo estaria quente. De sábado para domingo acordei todo quebrado.
Qual foi o detalhe para vencer a final do meio-pesado?
Sabia que seria uma dureza vencer o José Henrique, mas acho que ele estava mais cansado do que eu naquele momento. Ele poderia ter iniciado com um blitz perigosa, mas eu consegui colocar no meu jogo e raspar. Ele caiu bem, e conseguiu devolver em lance que a galera do ginásio vibrou. Ele me levantou bem alto. Pensei que teria que finalizar rápido para não me desgastar mais. Voltei a fazer pressão e finalizei no braço.
Como estavam sua mente e corpo antes da final contra o Nicholas?
Minha cabeça estava boa para aquela final, mas o meu corpo não estava 100%. Pode até parecer uma desculpa, mas eu conheço o meu corpo e o atleta sabe quando passa do seu limite. Perdi peso para chegar com 88kg e estava debilitado. Estava com uma fisgada no posterior da coxa. Fiquei quieto, não falei para ninguém, mas na manhã de domingo a minha perna estava incomodando muito. Pensei que fosse melhorar, e ainda consegui impôr o meu ritmo nas lutas até a final do absoluto. Faltou pouco, sei que poderia ter dado mais de mim naquele momento. Tentei, mas não foi. Quem compete sabe do que eu estou falando. O Nicholas é muito duro sim, mas sei que na próxima vez vou fazer uma luta melhor com ele.
Aquela primeira punição te abalou de alguma forma?
Eu tomei a punição por cruzar, e no primeiro momento eu achei que não estava cruzando, só depois que eu vi que estava mesmo, mas achei que aquela falta não prejudicaria a luta. Acabou que ela prejudicou, de fato. Acredito que se estivéssemos empatados em faltas, naquele momento em que nós nos encarávamos, acho que a luta seria diferente. Ele teria partido para cima também e o combate se embolaria ainda mais. Eu estava em pé mas estava no automático. Senti dores após o evento que nunca senti na vida, como competidor. Mas campeonato grande é assim, e ainda creio que tenho grandes coisas para conquistar.
O que passava na sua cabeça nos momentos finais, de punições consecutivas?
Ambos estavam muito cansados, mas eu estava travado. Não consegui nem andar para frente. Ele também parou, senti que ele estava cansado também, mas eu queria ter partido para cima. O corpo é que não correspondeu. Tenho que trabalhar mais nisso, faço uma preparação muito forte mas ainda falta algo. Vou trabalhar dobrado agora. Apesar disso, tive um bom desempenho na minha opinião.
A cobertura do Brasileiro de Jiu-Jitsu 2019 é um oferecimento da