Com menos de 12 meses na faixa-preta, o levinho Thalison Soares chegou de cheio de moral no Europeu de Jiu-Jitsu 2020, em Portugal. Na disputa na categoria dos pesos-galos, o atleta da Cícero Costha viveu um carrossel de adrenalina ao eliminar o consagrado Bruno Malfacine e, na final, perder para o japonês Tomoyuki Hashimoto.
O faixa-preta de 20 anos, radicado na Austrália, encarou a medalha de prata com serenidade, e planeja lutar todos os grandes torneios da temporada, inclusive o Brasileiro por aqui.
GRACIEMAG: Qual é o gosto da medalha de prata?
THALISON SOARES: Ah, perdi a final de imaturo. Estava cheio de vontade de vencer e não parei de atacar em momento nenhum, então abri muitas possibilidades. Numa dessas brechas, deixei sobrar um braço dentro e meu oponente aproveitou a oportunidade. Na faixa-preta você não pode errar, e meu erro custou o título europeu. Mas estou bem e feliz. Perdi por vacilo meu mesmo, e tenho certeza de que não vou cometer esse erro novamente. Acabei de pegar a faixa-preta e cheguei na final de todos os eventos em que lutei, nada mal para um garoto (risos)!
O que passou na sua cabeça durante o duelo com Bruno Malfacine?
Primeiramente foi uma honra ter a oportunidade de dividir o tatame com uma lenda do esporte, um cara fora da curva – só tenho a agradecer. Muitas vezes temos nossos adversários como rivais, mas são eles que nos forçam a buscar nossa melhor versão, e eu me preparei bastante para lutar com qualquer um. O Bruno é meu amigo pessoal, e eu não queria que essa luta tivesse acontecido, mas independente de resultados eu acredito que a gente deixou uma lição, que vai além de títulos, que é o exemplo do respeito. Acredito que nossa atitude será lembrada, e não a luta em si.
Que lição você tirou do Europeu?
Ainda tenho muito a evoluir, muito a lutar e muito a errar também. Sei que vou dar o meu melhor para ser o melhor do mundo e para ser um ótimo exemplo para todos, buscando novos desafios e provando que qualquer um pode atingir seus objetivos.
Por que escolheu viver na Austrália?
A Austrália é um país de que gosto muito, um país rico em oportunidades no qual o Jiu-Jitsu vem crescendo muito. Foi onde vi a oportunidade de crescer e construir meu futuro.