A arte de equilibrar a preparação física e mental, com Cacau Ochotorena

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Cacau Ochotorena no pódio após o ouro no Miami Fall. Foto: Reprodução

A faixa-preta Cacau Ochotorena construiu carreira de competidora no Brasil e atualmente passa uma temporada em Nova York, onde treina na equipe A Force Brazilian Jiu-Jitsu para se preparar para os campeonatos. Formada por André Pederneiras, Cacau recebeu a faixa-preta em agosto de 2022 das mãos do professor Oswaldo Jurema após nove anos dedicados ao Jiu-Jitsu. Além da bagagem como lutadora, ela vivencia a outra faceta do esporte, já que também atua como árbitra da IBJJF. 

Campeã internacional master faixa-marrom e multimedalhista nos abertos da IBJJF, Cacau analisou o mercado do Jiu-Jitsu feminino nos Estados Unidos e contou como gosta de equilibrar sua preparação física e mental.

GRACIEMAG: Qual é a importância do Dedé Pederneiras na sua trajetória?

CACAU OCHOTORENA: O mestre Dedé sempre foi uma referência. E você pode aprender tudo com ele, porque além do grande conhecimento que possui, o Dedé está disponível a ajudar a todo momento. Ele foi um dos meus incentivadores para estar aqui hoje. Diariamente, ele me ajudava dentro dos tatames, e fora me orientava desde uma ajuda para perder peso até como vender meu carro. Dedé está sempre pronto a ajudar, é meu maior exemplo como professor, empresário, pai. Meu carinho e admiração por ele são gigantescos.

Como você investe na sua preparação física e mental?

Além de todo o treinamento específico, sou entusiasta do crossfit. Para mim funciona como um trabalho intenso de potência e força, especialmente nos exercícios que chamamos de treino de base, como agachamento, deadlifts, supino e remada inclinada. Todos esses movimentos são bastante usados no Jiu-Jitsu. Certamente isso me dá bastante força e resistência física.

Como você analisa o mercado do Jiu-Jitsu feminino nos Estados Unidos?

Por mais que haja um número relevante de faixas-pretas de diversas nacionalidades nos Estados Unidos, o mercado ainda tem muito espaço para o Jiu-Jitsu feminino. Cada vez mais vejo o interesse das mulheres quando chegam à academia e veem outra mulher como professora de seus filhos ou, até mesmo, de outras praticantes. A visão muda de algo bruto para um esporte que ela considere treinar. Uma mulher atrai outras mulheres, que atraem crianças e, consequentemente, os homens.

O que a faixa-preta representa para você?

A faixa-preta me ensinou que devemos ser resilientes em vários momentos da nossa vida dentro e fora dos tatames. Aprendi a ser perseverante e não desistir dos meus sonhos e metas.

Como o seu conhecimento como árbitra ajuda você como atleta? 

Eu me considero uma atleta estratégica, já que meu professor sempre nos cobrou muito a entender a regra. Acredito que minha vida de atleta me ajuda como árbitra mais do que ao contrário, no momento. A regra já estava comigo antes de pensar em arbitrar. Nós precisamos ser frios, calmos e atentos a todo momento. O mesmo ocorre durante a luta, porque o adversário pretende te derrotar.

Cacau Ochotarena também é árbitra de Jiu-Jitsu. Foto: Reprodução

O que diferencia a A Force BJJ das demais equipes da região?

A meu ver, os diferenciais são a qualidade técnica dos professores e o formato das aulas, principalmente a infantil. As aulas são divertidas, dinâmicas e lúdicas. O André Monteiro está nos Estados Unidos há muitos anos e tem trabalhado com maestria na formação de uma rede de pessoas boas ao redor. 

 

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