Exclusivo: Pedro Lucas e os detalhes do sonhado ouro no Brasileiro 2023

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Pedro Lucas conquistou o seu primeiro título brasileiro na faixa-preta. Foto: Marcell Fagundes/M8 Sports

Pedro Lucas Ribeiro brilhou no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu 2023, no último fim de semana, em Barueri, São Paulo, e sagrou-se campeão no superpesado. O atleta de 22 anos alcançou a façanha em cerca de três meses na faixa-preta. O popular “Herói do Gueto” foi graduado pelas mãos do professor José Honório Filho em fevereiro após faturar o ouro no Europeu 2023. Esta foi apenas a segunda participação de Pedro em competições da IBJJF desde que ele foi promovido à elite do Jiu-Jitsu.

Pedro Lucas protagonizou um duelo equilibrado na final da categoria contra Elioenai Braz. A luta estava empatada por 0 a 0 até os últimos 30 segundos, quando Pedro marcou uma vantagem, dada após manobrar uma raspagem da meia-guarda. Ao longo de sua campanha no torneio, o representante da Companhia Jiu-Jitsu também derrotou Luis Fernando Cantareira, Devhonte “Bones” Johnson e Julian Stonjek. 

Em bate-papo com a equipe do GRACIEMAG.com, Pedro Lucas Ribeiro comentou detalhes do título brasileiro e contou como superou a frustração após o BJJ Stars 10 para chegar mentalmente preparado na maior competição de Jiu-Jitsu do país.

GRACIEMAG: O que esse título representa para você?

PEDRO LUCAS: O Brasileiro é um título que desejo desde que competia como infanto-juvenil. No entanto, só lutei a partir do meu primeiro ano de faixa-azul quando já estava no adulto. Nos últimos dois anos, cheguei nas finais do superpesado na faixa-marrom, mas fui derrotado em ambas oportunidades. Neste ano, graças a Deus, consegui chegar bem e ser campeão em poucos meses na faixa-preta.

O que passou na sua cabeça quando você venceu?

Quando ganhei a semifinal, não aguentei e chorei. Lembrei de algumas vezes que fui a São Paulo para lutar e não tinha estrutura financeira nem dinheiro para voltar ao Rio. Conseguir chegar na final do Brasileiro no meu primeiro ano na faixa-preta foi um presente de Deus, e realizei um sonho de garoto ao conquistar a medalha de ouro.

Como você percebeu que seria possível raspar o Eli Braz naquele momento?

Tracei uma estratégia de colocar bastante volume até conseguir raspar. Contra um adversário que luta muito colado, não é uma boa ideia ficar parado porque a probabilidade dele chegar numa posição de domínio será maior. Mas quando o tirei de uma posição boa, ele caiu numa que eu faço um desequilíbrio muito eficiente e executei a raspagem. Sou grato ao Victor Bonfim, o “Coelhão”, e ao Leandro Soares, o “Lombriga”, que fazem esta técnica comigo desde quando eu estava na faixa-azul.

Pedro Lucas reinou no superpesado do Brasileiro 2023. Foto: Ana Assis/Assis Fotografia

Como você preparou a sua mente para disputar o Brasileiro?

Eu fui derrotado no GP Absoluto do BJJ Stars duas semanas antes do Brasileiro. Confesso que fiquei muito chateado e não queria mais competir neste fim de semana. Não queria deixar de lutar porque tinha perdido, mas por estar em alguns momentos delicados na minha vida pessoal. No entanto, também entendi que tenho que respeitar que o meu adversário está na melhor fase dele mesmo sem deixar de acreditar que a minha hora vai chegar. 

Qual é a sua maior motivação para vencer cada campeonato?

Meu maior combustível é poder proporcionar uma vida melhor à minha família e aos meus amigos, que estão comigo nos momentos de luta e adversidades. Pretendo conquistar isso por meio da minha correria. 

Como você começou a treinar Jiu-Jitsu?

Comecei a treinar porque eu estava numa fase complicada em casa e na escola. Eu era uma criança hiperativa e tinha uma falta de atenção acentuada. Mas o Jiu-Jitsu me ajudou a me tornar mais disciplinado, focado e a desenvolver uma mentalidade diferente. Por causa desses motivos, melhorei como filho, irmão, neto e como pessoa. Hoje posso afirmar que sou um faixa-preta no tatame e na vida.

 

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