Amanda Ribas analisa duelo no UFC e destaca melhora na trocação

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Amanda Ribas superou Viviane Araújo no UFC 285. Foto: Divulgação/UFC

A brasileira Amanda Ribas, de 29 anos, estará em ação no UFC Jacksonville, a ser disputado no dia 24 de junho, na Flórida. A mineira de Varginha vai enfrentar a americana Maycee Barber na luta co-principal do evento, em duelo válido pelo peso-mosca. Em seu combate mais recente, Amanda derrotou a compatriota Viviane Araújo por decisão unânime no UFC 285, em março deste ano.

Atualmente, a brasileira está ranqueada em duas categorias. Ela é a nona colocada no ranking do peso-mosca e ocupa o 11º lugar no peso-palha. Apesar de encarar uma adversária que está atrás dela no ranking, Amanda acredita que o confronto é uma ótima oportunidade para crescer na divisão.

“A Maycee é uma atleta boa não só tecnicamente, mas também fisicamente porque tem um condicionamento ótimo”, ressaltou Amanda. “Apesar de eu estar à frente dela no ranking, é uma luta crucial para mim. Ela vem numa sequência de quatro vitórias e há muita expectativa em torno dela. Por isso, o camp tem sido intenso”, comentou a faixa-preta de Jiu-Jitsu e de judô.

Em bate-papo com o GRACIEMAG.com, Amanda Ribas analisou sua próxima luta no UFC e relembrou os desafios de adaptar o Jiu-Jitsu e o judô para o MMA.

GRACIEMAG: Em que pontos você investiu na preparação para esta luta?

AMANDA RIBAS: Acima de tudo, melhorei a minha trocação porque não deixei de treinar. Na minha última luta, defendi muitos socos com o rosto e foi algo que eu não gostei no meu desempenho e entendi que precisava evoluir. Tenho treinado mais esquiva e movimentação, além do Jiu-Jitsu e do judô. Eu sou faixa-preta nessas duas áreas, mas preciso aprimorar meu jogo cada vez mais para manter as técnicas afiadas.

Como você analisa o encaixe técnico com a Maycee Barber?

Ela é uma atleta boa não só tecnicamente, mas também fisicamente porque ela tem um condicionamento ótimo. Vejo que a Maycee tem garra, costuma andar para frente durante a luta e é uma lutadora forte. Apesar de eu estar à frente dela no ranking, é uma luta crucial para mim. Ela vem numa sequência de quatro vitórias e há muita expectativa em torno dela. Por isso, o camp tem sido muito intenso. 

Como você acha que essa luta vai se desenrolar?

Acredito que tenha trocação e luta agarrada, um pouco de tudo. Nós gostamos de trocar, apesar de não ser a minha especialidade, então penso que a luta pode se desenrolar em diversas áreas. Eu também quero colocar minha luta agarrada à prova em pé e no solo porque tenho treinado bastante.

Amanda Ribas comemora após o fim da luta contra Viviane Araújo no UFC 285. Foto: Divulgação/UFC

O quão importante tem sido para você se manter mais ativa no UFC?

Infelizmente, algumas lutas minhas foram canceladas e eu precisei passar por uma cirurgia em maio do ano passado, logo depois de enfrentar a Katlyn Chookagian. Eu optei por não cancelar o compromisso e lutei contra a Chookagian com o tendão do bíceps rompido. Então fiquei um tempo sem treinar para me recuperar da melhor forma possível. Esse ano tem sido empolgante para mim porque comecei com uma vitória importante sobre a Viviane Araújo, que é uma lutadora dura, e vou lutar pela segunda vez ainda no primeiro semestre. Meu objetivo é terminar esse ano no top 5 do peso-mosca.

Quais são os maiores desafios de adaptar o Jiu-Jitsu e o judô para o MMA?

Sem dúvidas, o soco (risos). A gente vê quem é o verdadeiro atleta de MMA quando a mão entra. Vejo diversos atletas que são excelentes tecnicamente, mas não têm a humildade de aprender a tomar soco. É difícil para um faixa-preta migrar do Jiu-Jitsu e apanhar na trocação de um faixa-branca que é grau preto de muay thai, por exemplo. Então, para mim, a maior dificuldade foi aprender a aguentar os golpes para evoluir a cada treino.

Como você lida com a expectativa que existe em torno do seu potencial?

Eu gosto, acho legal o pessoal esperar bastante de mim. Porém, eu tento não me cobrar porque dou o meu melhor em todos os treinos. Eu só ficaria frustrada se não conseguisse aplicar no octógono o que faço durante a preparação. O importante é que eu me sinta bem nos treinos.

Você pretende continuar ativa em duas categorias?

Sim, porque consigo adquirir mais experiência ao enfrentar adversárias de diferentes divisões. Se o combate for no peso-palha (até 52,2kg), preciso de mais tempo de preparação para ter um corte de peso saudável. Já no peso-mosca (56,7kg), como o limite é mais acima, eu consigo aceitar uma luta com menos antecedência. 

Como foi a experiência de ter lutado em eventos estrelados do UFC, como os retornos do Conor McGregor e do Jon Jones?

Eu adoro lutar nesses grandes eventos, é outra adrenalina. Além de ser atleta do UFC, eu sou fã de MMA. Em certas situações, nem me vejo como lutadora, me coloco mais no lugar de fã por estar perto de pessoas que admiro. Tenho até uma história de bastidores engraçada da minha última luta. 

Conte para nossos leitores, por favor.

Quando eu estava saindo do palco da pesagem, vi dois bebês fofos. Quando me dei conta, eram os filhos do McGregor! E ele estava na minha frente, foi demais. Conversamos um pouco e pedi para tirar uma foto com ele, não resisti (risos). 

Quando começou o sonho de ser lutadora de MMA?

Eu não me via como lutadora de MMA, achava que era muito distante da minha realidade. Mas meu pai sempre acreditou no meu potencial. Ele dizia que futuramente eu lutaria no UFC e seria campeã. É muito importante ter um time que confia em você, e eu tenho. 

 

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