Jackson Nagai fez um retorno empolgante às competições em 2023. O faixa-preta da Checkmat sagrou-se campeão do Nacional Americano e dos Opens de Houston e Santa Cruz, todos com o selo da IBJJF. Ele teve um desempenho relevante no Mundial e garantiu o terceiro lugar no peso leve.
Em seu compromisso mais recente, Jackson teve atuação impecável contra Natan Chueng numa das superlutas do GP Absoluto da IBJJF, no dia 1º de setembro, em Las Vegas. O manauara imprimiu seu jogo ofensivo e derrotou o adversário por 8 a 2. Jackson avalia sua performance e destaca a qualidade do evento.
“O GP Absoluto da IBJJF foi incrível, o lugar estava sensacional, o evento foi profissional e dá para ver que o esporte está em evolução. Foi uma honra fazer parte desse grande evento. Natan e eu fizemos a primeira luta da noite e a galera curtiu o combate. O duelo foi duro, Natan e eu lutamos para a frente. Eu tenho um Jiu-Jitsu agressivo sempre busco passar, finalizar e manter a constância do movimento. Foi uma luta incrível, dez minutos sem amarração”, comentou Jackson Nagai.
Caçador de finalizações, ele define seu Jiu-Jitsu como agressivo e afirma que seu objetivo é manter a intensidade, sem dar brechas aos oponentes.
“Meu estilo é agressivo, sempre vou para cima e busco a finalização. Quando não consigo finalizar, procuro abrir uma boa margem de pontos no placar. Claro que nem sempre é possível, às vezes é necessário ser mais estratégico. Só que o primordial do meu jogo é atacar sem parar”, reforça o faixa-preta.
O atleta de 29 anos é lapidado pelo professor e multicampeão Lucas Leite. A evolução de Jackson nos campeonatos foi evidente em suas últimas aparições e o peso leve obteve resultados expressivos. O representante da Checkmat assegura que sua crescente nas competições é fruto do trabalho de excelência de seu professor.
“Lucas é um ótimo professor, puxa os treinos diariamente e dá suporte para todos os atletas, seja iniciante ou profissional. É um verdadeiro exemplo de campeão e tem influenciado demais no meu jogo. Depois que passei a treinar com ele, aprendi um Jiu-Jitsu mais refinado, e ainda mais ofensivo”, conta Jackson.
Jackson Nagai se apaixonou pelo Jiu-Jitsu durante a fase mais complicada de sua vida. O manauara foi radicado no Japão e superou inúmeras adversidades ao longo de sua caminhada no país dos samurais. O esporte surgiu como uma ferramenta para se defender do próprio pai e como guia para se afastar das más influências.
“Comecei no Jiu-Jitsu após a separação dos meus pais. Meu pai saiu de casa quando eu tinha 15 anos, ele tinha uma relação abusiva com a minha mãe, então comecei uma arte marcial para usar como defesa pessoal. Eu tinha medo dele, sabe. Outro motivo foi a busca por disciplina. No Japão, há muita maldade também e eu andava com más influências na época. O Jiu-Jitsu foi a válvula de escape para eu ser uma pessoa mais respeitosa, desenvolver a autoconfiança e ter maior controle sobre as minhas emoções. Comecei a treinar Jiu-Jitsu aos 17 anos. Antes, tive experiências com o karatê e o kickboxing, mas me apaixonei pelo Jiu-Jitsu”, relembra o brasileiro.
O período no Japão foi árduo, mas Jackson reconhece que ele e o irmão Samuel se fortaleceram diante dos obstáculos. Hoje são atletas consolidados e reconhecidos pelo Jiu-Jitsu de alto nível. Ele recorda momentos na Terra do Sol Nascente e celebra sua volta aos campeonatos.
“Levei meu irmão para treinar Jiu-Jitsu aos 10″, ele lembra. “Algumas vezes, Samuel não queria treinar, mas eu sempre incentivava. Num determinado momento, tirei os móveis da sala e comprei peças de tatame para treinarmos. Hoje temos a recompensa do trabalho duro que a gente plantou. Fui graduado faixa-preta em 2020, fui finalista do Pan, venci vários Opens, só que fiquei um ano afastado dos campeonatos devido a lesões. Voltei neste ano e 2023 foi excelente para mim, lutei bem, fui campeão de diversos torneios e fui chamado para vários eventos, graças a Deus”, vibra Jackson Nagai.