Nascido em 1º de outubro de 1913, portanto há 110 anos, Helio Gracie tinha uma missão em vida.
“Meu pai sempre foi louco por Jiu-Jitsu”, resumiu o filho Rickson, em entrevista há alguns anos ao jornalista Bruno Mateus. “A luz da vida dele era desenvolver a arte e crescer com o Jiu-Jitsu. Essa ideia sempre esteve perpetuada na família. Meu pai foi muito inteligente no sentido de como nos manter em sintonia e confortáveis dentro do esporte. Quando eu tinha 6 anos, lembro dele me levando para os campeonatos. Ele dizia:
– Meu filho, quer competir? Então tá, o papai te leva. Se você ganhar a medalha de ouro, papai te dá um presente. Se você perder, te dou dois presentes.”
Naquela idade, o pequeno Rickson não percebia que espécie de incentivo era aquele.
“Depois, com o tempo, compreendi”, refletiu o irmão de Rorion, Relson, Royce, Royler & cia. “Era simplesmente uma forma de ele deixar claro para mim que não ficaria chateado caso eu perdesse. Ele sempre manteve esse tipo de conforto à nossa volta para que o Jiu-Jitsu não se tornasse uma coisa obrigatória, chata. Até o ponto em que nós mesmos nos sentíssemos mais confiantes e totalmente conectados à arte. Mas quando eu vencia uma competição, seus olhos brilhavam. Era a hora perfeita de pedir uma bicicleta nova, de dar uma mordida no velho (risos).”