Campeão no primeiro Mundial de Jiu-Jitsu em 1996, a lenda Ricardo Libório estava com saudades do Rio de Janeiro. Mas nem ele podia imaginar que semana teria, ao lado de ídolos e amigos.
A largada da emocionante semana de Libório foi no domingo, 17 de março, quando o salão nobre da AABB, na Lagoa, virou um grande dojo para discursos e homenagens durante a graduação de Ricardo Libório à faixa-coral de Jiu-Jitsu. A cerimônia, que reuniu mais de 400 pessoas, marcou a consagração de um dos alunos mais aclamados do time Carlson Gracie, após 31 anos de dedicação à arte suave.
A festa começou com uma surpresa: Libório convidou dois irmãos de tatame para serem graduados por Arthur Virgílio antes dele: os brabos Marcel Duque Estrada e Luis “Bebeo” Duarte.
Libório, que também é um dos fundadores da Brazilian Top Team, foi então homenageado com a comenda Helio Gracie pelo vereador Marcelo Arar, em reconhecimento aos seus serviços sociais prestados por meio do esporte. A cerimônia contou com a presença de grandes nomes do Jiu-Jitsu, como o patriarca da família Reyson Gracie, Fernando Pinduka, Carlos Rosado, os irmãos João Alberto e Álvaro Barreto, além de outros faixas vermelha-e-branca e mestres da faixa-coral.
Para Libório, a graduação na AABB foi um momento de grande significado, já que foi ali que ele deu seus primeiros passos como lutador, aos 4 anos de idade, ao vestir seu kimono de judô. “É um círculo que se conclui”, disse o mestre, que hoje se dedica a lecionar nos EUA. Uma legião de seus alunos americanos esteve presente na cerimônia, testemunhando a entrega da nova faixa.
A graduação de Ricardo Libório à faixa-coral foi mais do que um reconhecimento à sua trajetória de sucesso. Foi também uma celebração da paixão pelo Jiu-Jitsu, da importância da perseverança e do compromisso com a comunidade. A presença de tantos alunos e amigos, vindos de diferentes partes do mundo, dava mostras do impacto que Libório teve na vida de tantas pessoas. No telão, dezenas de campeões mundiais e profissionais do MMA também enviaram seu amor em forma de depoimentos divertidos, poemas e declarações tocantes.
A festa terminou com fotos, abraços e um baita churrasco, devorado por amigos e alunos estrangeiros no restaurante colado ao clube. No dia seguinte, a legião de estudantes e admiradores de Liba visitaram a estátua de Carlson Gracie, o templo sagrado original de Carlson Gracie, administrado hoje por Marcelo Saporito, e saíram para um passeio de barco pela baía de Guanabara, com direito a conferes e treininhos no convés. A segunda-feira fechou com um seminário de Rodrigo Cavaca sobre chaves de pés e joelhos.
Ao longo da semana, os estrangeiros vindo dos EUA, Europa e outros cantos do planeta subiriam o Corcovado, o Pão de Açúcar, o aprazível bar do Davi e, para encerrar, seminários com o campeão de tudo Murilo Bustamante, com o mito Ricardo Arona e com a família Rosado.
No aeroporto, Libório disse que deixaria o Rio de coração apertado, mas que retorna em breve: “Volto aos EUA com minha alma plena por saber que amo o que faço, e que tenho tantos amigos e ídolos no esporte. Palavras não fazem justiça à minha felicidade e amor pelo Jiu-Jitsu”.