Quais os benefícios que um professor de Jiu-Jitsu oferece à comunidade onde ele atua?
LUCAS GRIPP: Os benefícios são muitos, mas acredito que o mais importante deles se encontra na formação de pessoas. Principalmente para os aprendizes mais jovens, o professor de Jiu-Jitsu trabalha na formação do caráter, através de valores passados por ele no tatame, mas beneficiando a sociedade como um todo. Conceitos ensinados como o respeito, disciplina, empatia, dedicação e coragem ajudam na formação de um mundo melhor.
Além de ensinar Jiu-Jitsu, você tem uma carreira vitoriosa como competidor. Quais foram as suas principais conquistas e o que você aprendeu com elas?
Em 2024 conquistei o Brasileiro NoGi pela CBJJ, o que me ajudou a fechar o ano como quarto colocado do ranking mundial da IBJJF na minha categoria sem kimono. Ainda esse ano, fui campeão Gi e NoGi do ranking anual da FJJRIO. Olhando para trás, vejo que não podemos desistir, trabalho duro, desejo e humildade nos levam a grandes conquistas. Precisamos acreditar!
Qual é o seu grande objetivo para o futuro da carreira?
Me manter lutando e em busca de importantes títulos em eventos realizados no exterior. Como professor, manter a busca pelo conhecimento e desenvolvimento da arte suave, sempre com responsabilidade e respeito.
Quando alguém hesita em treinar Jiu-Jitsu, o que você costuma dizer para convencer essa pessoa a vestir o kimono e começar a jornada na arte suave?
Melhore sua autoestima e autoconfiança! Acredito que evoluímos esse nosso lado com a prática da arte suave. Além de que dentro de um tatame temos o privilégio de interagir com pessoas de diferentes níveis sociais, culturais e econômicos. Isso nos permite muito crescimento! E por fim, um bom hábito para cuidar da nossa saúde!
Conte um pouco sobre a sua experiência ensinando Jiu-Jitsu. Como você definiria o seu estilo à frente da turma? A sua pedagogia…
No tatame procuro me colocar no lugar de cada aluno, assim acho mais fácil ensinar Jiu-Jitsu de verdade voltado para os objetivos pessoais de cada um deles. Sou aluno de Jiu-Jitsu há 20 anos e tento lembrar da minha trajetória como aluno e a forma que aprendi para assim tentar ensinar melhor.
Você também tem experiência como árbitro de competições de Jiu-Jitsu? Caso tenha, quais são os benefícios que isso oferece à sua carreira de uma maneira geral?
Sim! Quando você está do lado da arbitragem, isso acaba te forçando a estudar mais as regras, esse preparo te ajuda também quando está lutando. Além disso, acostumamos ainda mais com o ambiente de competição. Por conduzir a luta de outras pessoas, creio que sua leitura do adversário sobre ansiedade, nervosismo e insegurança acaba ficando mais nítida.
Como você aplica sua formação em administração no empreendedorismo no Jiu-Jitsu?
Sou mestre em Administração por formação e num determinado momento da minha vida uni a parte profissional ao Jiu-Jitsu. Por alguns anos administrei a Gordo Jiu-Jitsu Nova Friburgo, onde coloquei em prática ensinamentos na área de negociação, captação de clientes, marketing e finanças. Para mim, os pontos mais importantes nos negócios são: a interação entre as pessoas, a demanda dos seus clientes, definir e encontrar seu público alvo, e entender que custo é diferente de investimento. Essa visão é muito importante para as academias de Jiu-Jitsu. Creio que minha vivência nesses dois mundos me permite olhar os dois lados, proprietário/professor e cliente/aluno.