Campeão europeu e brasileiro, Ary Farias já está aquecendo as turbinas, para segundo ele, fazer um “voo duplo” inesquecível com o parceiro de treinos Guilherme Mendes no Mundial 2011.
Gui foi campeão mundial em 2009, ano que Ary venceu na marrom. Agora, a meta é atrapalhar os planos do mineirinho Pablo Silva, o atual campeão, que ano passado fechou com Samuel Braga, também aluno de Vinicius Draculino.
Primeiro vamos falar sobre o Brasileiro, no Rio. Qual foi a luta com a qual você aprendeu mais? Todas as três lutas foram muito duras. Eu consegui fazer meus dois primeiros adversários desistirem, e na final foi uma batalha contra o ex-campeão mundial Gabriel Moraes. Venci no detalhe, nos pontos, mas sempre carrego na minha mala a finalização. Eu estou lutando com caras mais velhos e mais experientes, ainda assim venci nomes consagrados como Leandro Martins e o Gabriel. Tenho um grande respeito por esses caras, afinal quando eu estava engatinhando na faixa-amarela os caras já eram pretas e campeões. Então acredito que todas foram duras, e sem dúvida a final foi a mais emocionante. E foi a que me sagrou nove vezes campeão brasileiro, da faixa-amarela até a preta. Isso é consistência, né? Desde meus 12 anos, competi em nove campeonatos brasileiros e nunca perdi na minha categoria. Acho que ninguém tinha conseguido fazer isso até hoje. Como foi a final? Foi 2 a 0, mas eu não estava ali lutando com qualquer um, eu estava fernte a frente com um campeão mundial (2004). O mais importante é que o título ficou em casa, pois o Gabriel é de Manaus, então quem ganhou com isso foi a galera do Amazonas. Qual foi a melhor luta do Brasileiro, na sua visão? Vi muitos combates excelentes, mas sem margem de dúvidas a luta que mais chamou minha atenção foi Michael Langhi contra o Davi Ramos. Eles mostraram que não estão entre os melhores por acaso. A luta foi aguerrida do começo ao fim, com dois caras com alma de guerreiro. Beleza, agora o Mundial em junho. Quem serão as pedreiras da sua categoria, o peso-pluma? Mundial é Mundial. Está chegando a hora de ver quem mais trabalhou duro durante o ano, quem mais carregou seu kimono e quem vai ousar mais. A categoria está recheada de craques, vejo uns nove ali que já mostraram que são munição para todo fuzil. Quem ganhar, pode bater no peito e dizer que foi campeão mundial, e quem perder pode falar que caiu para alguma fera do esporte. Mas meu alvo está firme ali, quero brilhar mais que os outros, e minha luneta está em todos. Mas ninguém logicamente pode tirar o foco dos atuais campeões, Pablo Silva e Samuel Braga, duas feras bravas.
No pluma vai você e Gui Mendes mesmo, pela Atos?
Com certeza, vamos fazer voo duplo, e não vamos amarelar para ninguém, e seja o que Deus quiser. Nunca vi o Gui como ele está agora, numa forma impecável. Nosso maior objetivo é sair da Pirâmide com a glória e a medalha de ouro. Estamos canalizando todas as nossas energias e abastecendo o nosso carburador para esse Mundial. Vamos precisar gastar bastante gasolina lá, mas não só a gente como todo o caldeirão da Atos, está todo mundo em grande forma física também para os outros pesos.