Guto Campos foi uma grata surpresa no Campeonato Europeu de Jiu-Jitsu. Não por vencer na categoria de peso, onde tradicionalmente é uma das pedreiras na disputa. Mas por vencer pela primeira vez num evento da IBJJF o absoluto, ainda por cima com um Jiu-Jitsu para a frente e que respeita o objetivo maior da arte suave: a finalização. Guto bateu um papo com o GRACIEMAG.com. Confira:
Guto finaliza Cavaca na final do absoluto. Foto: Ivan Trindade.
Você nem participaria do absoluto. Qual foi a sensação de vencer?
A galera me incentivou a lutar o absoluto porque treinamos muito e estávamos bem preparados e focados nessa competição. A sensação de vencer o absoluto na faixa-preta, no campeonato Europeu, é inexplicável.
Por que você não ia participar? Não confiava que realmente poderia vencer no absoluto por ser de uma categoria de peso intermediária?
Não gosto de lutar o absoluto pelo fato de ser antes da categoria. No peso médio tem muitos caras duros, então prefiro me preservar. Mas no Europeu fomos com três lutadores na categoria: eu, Durinho e o Rodrigo Caporal. Então, se desse tudo certo, e graças a Deus deu, eu só faria duas lutas no peso. Se eu não confiasse em mim, com certeza não me inscreveria no aberto, porque não entro para perder. Quando me inscrevi no aberto não entrei pra ser mais um, entrei pra ser campeão, pois meus companheiros depositaram muita confiança em mim e fomos abençoados com essa vitória.
A confiança aumentou a cada luta? Quando chegou à final com Rodrigo Cavaca tinha fé que poderia vencer?
Com certeza a confiança e o lado psicológico foram melhorando a cada combate. Até a final foram três lutas e não finalizei apenas a semifinal contra o Tarsis Humphreys. Fui sempre buscando a finalização. Entrei muito focado na final e sabia das dificuldades que teria pela frente, porque não foi à toa que o Cavaca foi campeão do pesadíssimo. Mas elaborei junto com a minha equipe uma estratégia de acordo com as minhas características, acelerando o ritmo da luta e, graças e Deus, o resultado foi positivo.
Guto dominou o médio ao lado do companheiro Caporal (foto) e Gilbert Durinho. Foto: Ivan Trindade
E no Mundial, também vai se arriscar no absoluto?
Isso é algo a se pensar ainda, porque o meu objetivo e de toda a equipe é vencer o Mundial na categoria de peso.
Como vê a evolução da Atos, que chegou ao pódio em várias categorias da faixa-preta neste Europeu?
Isso foi o resultado de um treinamento muito profissional que a gente vem tendo em Rio Claro com o Ramon nos exigindo ao máximo a cada treino. O nosso preparador físico, Thiago Mendes, deixou a galera em ponto de bala para lutar. Isso que ainda estávamos em janeiro e teremos muito tempo para trabalhar a parte técnica e física para o Mundial, que é o campeonato mais importante do o ano e o foco principal.
O que fará agora?
Agora é voltar pra casa, manter o foco, a disciplina e continuar o trabalho que vem sendo realizado. Queria fazer um agradecimento a toda equipe Atos e aos meus alunos do Guetho. Também a toda minha família, a minha farmacêutica e psicóloga Camila Dick e aos patrocinadores Remaco Botões, Lojas Octagon, SNC, Dermogral e Keiko, que deram a oportunidade de lutar o meu primeiro Europeu. E quero ver se a galera da GRACIEMAG vai me dar uma moral na revista! Quero aparecer na capa, será que rola? Nem que seja uma foto pequena no canto! (Risos).