Desde novembro de 2011, o Complexo Penitenciário de Gericinó, onde ficam os presídios de Bangu, decidiu testar uma ferramenta de reabilitação para criminosos mais eficiente: o Jiu-Jitsu.
Segundo reportagem do jornal “O Globo” (leia aqui), a medida, após um ano, tem sido bem sucedida no complexo, hoje o maior da América Latina, com 18 mil detentos.
Para poder frequentar as academias de Jiu-Jitsu, boxe e muay thai, o preso precisa estar estudando nas escolas do complexo, fazer exames médicos rigorosos e, principalmente, não ter nenhuma anotação de mau comportamento e transgressão de conduta ao longo do cumprimento da pena.
Na sala de Jiu-Jitsu no presídio de Bangu 4, o idealizador do projeto, o subsecretário de tratamento penitenciário e faixa preta de Jiu-Jitsu, Moises Julio Bormac, dá o exemplo e chega até a rolar com detentos – ex-traficantes, ladrões e outros presos.
“Esses caras um dia vão sair de novo para a rua. Se não dermos oportunidades a eles, é pior para a sociedade. Vão sair daqui mais perversos analisa o subsecretário. Não vejo as artes marciais como estímulo à agressividade, mas como filosofia de autodefesa e conduta. Até agora, não tivemos um incidente sequer com detentos. É muito mais fácil sair porrada no futebol dos presos do que nas aulas de artes marciais”, declarou Moises.
As aulas de Jiu-Jitsu estão a cargo de Alan Freitas, formado na academia Carlson Gracie, e contam com apoio de professores como Sylvio Behring e patrocínio da marca Pretorian.
“Desde que aceitei esse desafio, sou criticado por ensinar Jiu-Jitsu para eles”, disse Alan. “As pessoas acham que estou vindo aqui ensiná-los a brigar, dando arma branca para criminoso. Para mim, o Jiu-Jitsu ensina as pessoas a mudar de vida. Enquanto eu tiver fé na força do esporte, vou continuar acreditando nesse trabalho”.
Apesar da desconfiança no início, os guardas já enxergaram uma mudança de comportamento positiva em muitos dos detentos praticantes.