Além de Roger Gracie, quem poderia alcançar o tricampeonato absoluto no Mundial de Jiu-Jitsu era Alexandre Ribeiro. Aliás, o faixa-preta da Gracie Humaitá, professor da Universidade do Jiu-Jitsu, é favorito em qualquer competição que disputa. Dessa vez, Xande não conquistou o ouro. Foi vice-campeão no peso pesado e terceiro no absoluto. Na semifinal da principal categoria, viu as chances do tri se afastarem numa derrota apertada contra Rômulo Barral, por 3 a 2 nas vantagens. O lutador comenta com o GRACIEMAG.com a participação na competição:
Como analisa a sua participação no Mundial? A dedicação ao MMA e o tempo afastado das competições de pano atrapalharam?
Foi uma competição bem legal. Com certeza, ficar alguns anos fora do circuito prejudica bastante, mas estava treinando e fiz o meu melhor. Às vezes tem a falta de ritmo, do tempo das posições, que prejudica. Mas creio que foi um campeonato bom. Não competia no Jiu-Jitsu há dois anos e cheguei lá e fiz oito lutas, com três finalizações e outras três boas vitórias. Perdi apenas no detalhe e penso que fiz uma boa apresentação. Claro que queria ser campeão, mas as coisas não são sempre como a gente quer. Acho que mostrei que ainda posso bater de frente com essa garotada.
Agora o foco vai ser apenas no MMA ou veremos você novamente no Mundial e eventos como o ADCC?
Na verdade não fico pensando nisso ou aquilo. O que eu quero é treinar. Tenho agora uma competição sem kimono, o World Best Grappler, que acontece no final de junho. Vai ser bem legal, seis combates contra uma galera muito boa. Servirá como preparação para os meus próximos desafios. Vou me focar nisso e estou tentando fechar mais uma luta de vale-tudo. Vou dar um foco agora também ao boxe, mas o que eu quero é evoluir e sempre treino de kimono. Sobre o Mundial de Jiu-Jitsu deixo para decidir no ano que vem. Dependendo do andar da carruagem, posso competir ou não.
Os resultados do Roger falam por ele” Xande Ribeiro
Roger Gracie conseguiu o tricampeonato absoluto. O que acha dele?
Não tem o que falar do Roger. Um Jiu-Jitsu simples e progressivo, um cara que joga bem nos dez minutos e já superou muita gente. Estou chateado por não ter lutado com ele, porque eu abro o jogo, ele também, e é sempre um lutão. Ele está de parabéns. Fez oito lutas e infelizmente não teve a final com o Romulo Barral (Rominho se contundiu). Ele mostra que está entre os melhores, está em todas as finais do absoluto desde 2001, na faixa-roxa, marrom, preta. Ele já ganhou o peso várias vezes… Não precisa falar nada. Os resultados falam por ele.
Gostei muito do Rodrigo Cavaca e do Tarsis Humphreys” Xande Ribeiro
Algum outro lutador te impressionou no evento?
Acho que todos estão de parabéns, tentando evoluir e inventando coisas novas. Só tenho algumas críticas em relação às regras. Muita gente luta hoje apenas por um ponto ou uma vantagem. É uma crítica para promover. Acho que o pessoal deve procurar mais a finalização. Mas o evento teve muitas lutas emocionantes, foi bem organizado e tenho apenas essa crítica positiva. Acho que as regras podem evoluir e os lutadores têm mais o que mostrar. Gostei muito do Rodrigo Cavaca e do Tarsis Humphreys, que conseguiram o primeiro título mundial. O Tarsis me contou que vinha tentando desde a azul e o ouro não vinha. Ele quebrou esse tabu. Acho que dessa galera mais nova o Cavaca e o Tarsis estão de parabéns.