Texto: Thiago Raposo*
Acredito que a prática de esportes é um enorme equalizador na vida de um policial. É de conhecimento geral que a prática esportiva aumenta a qualidade de vida, pois reduz o estresse, melhora a concentração mental, previne doenças, aumenta a capacidade cardiorrespiratória e muscular, dentre outros inúmeros benefícios.
Quanto ao Jiu-Jitsu, especificamente, trata-se de uma arte marcial indispensável na atividade policial. Por isso, considero que deveria haver um investimento significativo em políticas públicas para que todos os policiais brasileiros se tornassem adeptos da modalidade popularizada pelos Gracie. Países como os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos utilizam o Jiu-Jitsu em treinamentos policiais e recrutam brasileiros para executarem esta missão. Todavia, não há uma medida pública que siga esta toada no Brasil.
O mundo ficou impressionado com a atuação de Royce Gracie na primeira edição do UFC, em 1993. Na ocasião, o filho de Helio confirmou a eficiência do Jiu-Jitsu sobre as demais artes marciais. Naquela década, a importância da luta agarrada foi concretizada. Mediante a ascensão deste fenômeno, houve um crescimento exponencial no número de praticantes de Brazilian Jiu-Jitsu ao redor do mundo. Essa popularização também precisa se consolidar entre os policiais. Em qualquer ocorrência, em que não haja envolvimento de armas de fogo, o Jiu-Jitsu deve ser usado.
O operador de segurança pública tem a função de cessar a agressão e prender, por isso, as imobilizações do Jiu-Jitsu são tão eficazes na rotina policial. O oficial com conhecimento das técnicas torna-se um maior respeitador dos direitos humanos, pois conseguirá imobilizar e prender, além de evitar maiores lesões, mortes de terceiros, dele próprio ou até mesmo a do agressor.
Ademais, creio que o Jiu-Jitsu traz inúmeros benefícios à saúde mental do policial, que eventualmente já sofre com enorme carga de estresse. Há um enorme índice de tentativas de suicídio, depressão, transtornos e doenças psicológicas que afetam os policiais a longo prazo.
* O GMI Thiago Raposo é faixa-preta de Jiu-Jitsu, policial penal e defende as bandeiras das escolas Gracie Barra e AKXE BJJ.