A lição mais valiosa que os gatos podem ensinar a quem luta Jiu-Jitsu

Share it
Olho de gato. Foto: Wikipedia/Divulgação

Olho de gato. Foto: Wikipedia/Divulgação

Os gatos (Felis catus para os amantes da ciência) são dotados de olhar desconcertante, vértebras flexíveis, velocidade de 50km/h e caçam como poucos. Por atributos marcantes como esses, os enigmáticos peludos são uma fonte de eterna inspiração para lutadores de Jiu-Jitsu.

E ainda mais para professores, que volta e meia acabam por usá-los como exemplo na hora de passar lições importantes nos tatames.

Na família Gracie, por exemplo, as frases e metáforas com a presença de gatos e outros grandes felinos são variadas, instrutivas e, claro, engraçadas.

“Se dois lutadores têm o mesmo nível técnico”, costumava dizer o faixa-vermelha Helio Gracie, “o maior leva vantagem. O gato jamais vai vencer o tigre.”

Outra do grande mestre: “Meu filho, pulo-do-gato não se ensina a urso!”

Seu neto Kron também se tornou um especialista nas boas frases felinas. Certa vez, ensinou a equipe GRACIEMAG:

“Numa luta de Jiu-Jitsu, você deve mentalizar que é o leão e o adversário é o cara que corre de você. Quando ele cansar… Você vai e morde.”

E há, claro, talvez o dito mais repetido pela família, cujo autor foi grande mestre Carlos Gracie, e depois foi popularizado por Carlson, Rickson e todos os campeões que viriam depois. Esta, com um leão subentendido na frase: “Se tamanho fosse documento, o elefante era o rei das selvas.”

Em pleno século XXI, os estudos acerca dos gatos domésticos só fazem avançar, em especial sobre a personalidade dos bichanos e o que passa por suas pequenas mentes irrequietas. Descobriu-se, por exemplo, que gatos são bem diferentes dos cachorros e outros animais de estimação no quesito motivação e recompensa. Enquanto o cão pode ser muito bem treinado caso receba uma guloseima ou um biscoito, no caso do gato a tarefa é um pouco mais complexa.

É que, no caso dos gatos, a recompensa que mais agrada quase nunca é a do paladar, mas do afeto, como procura demonstrar o documentário “Inside the Mind of a Cat”, do diretor Andy Mitchell (Netflix).

Numa das experiências no filme, um gato entra numa sala e tem quatro opções para escolher: sua comida favorita, um cheiro que o agrada, seu brinquedo predileto e sua dona. O malandro vai quase sempre para perto do afago e do colo do humano, num sinal de que para os espertos gatos, o coração ainda vence o estômago.

O faixa-preta que assistir ao filme pode pensar nos seus alunos mais espertos e ágeis. O que cada um deles busca? Será que querem somente uma recompensa corriqueira, como a medalha ou a vitória? Ou eles vão treinar atrás de diversão, conforto, interação ou outro tipo de recompensa afetuosa? Cabe, sempre, ao sábio mestre enxergar no escuro e descobrir.

Como dizia o poeta Agrippino Grieco, o gato “é um concentrado de tigre em domicílio”. No fundo, para melhor aprendermos com eles, e estarmos sempre ágeis e serenos, nada melhor que um bom treininho de Jiu-Jitsu.

Ler matéria completa Read more