A mente blindada de Caio Almeida para vencer no Jiu-Jitsu após cirurgia

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Caio Almeida em ataque nas pernas. Foto: Arquivos GRACIEMAG

O faixa-preta Caio Almeida, líder da Almeida Jiu-Jitsu ao lado dos irmãos Diogo e Gustavo, teve que deixar os tatames momentaneamente por conta de uma lesão no joelho, mas a expectativa da fera não poderia ser melhor.

Mesmo de molho com a cirurgia, realizada nesta semana, Caio colocou metas ambiciosas para o seu retorno: em duas semanas pretende voltar a treinar e em dois meses estar com o ritmo em 100%, rumo ao título no Brasileiro de Jiu-Jitsu.

Para tal, Caio conta com uma equipe de profissionais de alto gabarito, além de um a mente forte, focada no lado positivo e na confiança que os planos serão cumpridos de forma exemplar.

Para entender melhor a mente blindada de Caio Almeida e suas dicas para superar quaisquer adversidades no caminho, dentro e fora dos tatames, leia a entrevista nas linhas abaixo!

GRACIEMAG; Como surgiu essa lesão?
CAIO ALMEIDA:
Foi no ano passado. Estava me preparando rumo ao Mundial de Masters e machuquei o joelho treinando, em uma posição de 50/50. Não era nada grave, então continuei lutando, ganhei o Brasileiro por Equipes e o São Paulo Open, com e sem kimono, entre outros campeonatos. Estava me sentindo bem, contudo, ao treinar e competir eu fui forçando a lesão e acabei não cuidando. No fim de 2019, treinando para o Europeu deste ano, eu torci de novo o joelho, e ele travou de vez. Mesmo andando de muletas eu queria lutar o Europeu, o desejo era forte. Errei ao insistir, administrando anti-inflamatórios e corticoide para treinar, tanto é que cheguei em Portugal e não consegui lutar.

Você se arrepende de ter forçado essa barra?
Nessa hora aparece a importância de ter um professor, um líder acima. Como sou o professor não tive um freio, mas se fosse um aluno meu jamais deixaria ele cometer um erro desses. Mas não me arrependo. De qualquer forma a ida para Odivelas foi produtiva, fui coach dos meus alunos e enfrentei a dificuldade de frente. Já voltei de cabeça no tratamento, realizado no Instituto Vita, com o Dr. Guilherme Garolfo e o Dr. Marcelo da Costa Cava. Tive um enorme apoio de todo mundo lá, e já inclusive operei o menisco, além de outras lesões menores no joelho. Agora é fazer a parte de fisioterapia, ter todo o cuidado na recuperação e voltar a competir o mais rápido possível.

Após a cirurgia, Caio segue confiante da recuperação rápida e retorno ainda melhor. Foto: Arquivo pessoal

Os planos de voltar a treinar em duas semanas são ambiciosos. A que se deve tamanha confiança?
Falo muito com os meu alunos sobre a expectativa positiva e negativa. Quem pensa: “Vou fazer a cirurgia para tentar recuperar o meu joelho” tem uma expectativa negativa ao colocar dúvida da recuperação. Ou então dizer que “fez um treino físico para tentar ser o campeão”, também é expectativa negativa. Eu acredito que tudo tem que ser positivo. Meus treinos físicos, com o Itallo Vilardo, que também tem me ajudado na recuperação do joelho, trazem uma expectativa totalmente positiva. Sei que com o trabalho dele serei campeão. Por isso sempre tento passar isso aos meus alunos essa mentalidade. Agradeci muito que ia fazer a cirurgia, sem medo algum, por ter a expectativa positiva que vou voltar a lutar em um ou dois meses.

Quais são os próximos planos?

O foco é chegar no Brasileiro em alto nível já, na intenção de ganhar o Brasileiro e em seguida o Mundial de Masters. Fica a dica para quem passou por algum contratempo, com uma lesão mais grave. Criar expectativas negativas pode levar a outros problemas, como relaxar na recuperação ou na alimentação. A mente focada no positivo é essencial. Mesmo sem treinar não perdi o foco na dieta, com orientação do Rogério Oliveira para chegar bem na divisão dos leves, assim como os outros profissionais que me acompanham e meus alunos que me mantem com a cabeça boa.

E qual a dica para o atleta superar momentos difíceis como este?

A pessoa tem que estar ciente que existe a dor do sofrimento e a dor do processo. A do sofrimento você fica nela e não sai. Se você sofre sem projeção ela fica com você. Já a dor do processo te leva a lugares mais altos, gera frutos no final. Minha cirurgia é uma dor do processo, eu estou passando por isso, apenas. Não estou sofrendo com isso, ela vai passar, vou me recuperar e voltar ainda melhor.

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