Com 17 vitórias e três derrotas no MMA, além de um extenso cartel em combates amadores e profissionais de boxe, Fabio Maldonado estreia no UFC contra James McSweeney, no dia 16 de outubro, em Londres. Nas linhas abaixo, em conversa com o GRACIEMAG.com, conheça um pouco mais dessa fera da trocação, que garante muita emoção aos fãs do Ultimate. Aliás, não se surpreenda em vê-lo pedindo para o adversário bater no rosto. É disso que Maldonado gosta: pancadaria pura.
Você se diz um representante do boxe. Como é a sua carreira nessa modalidade?
Comecei no mesmo ano que o Anderson Silva e o boxeador Kelson Pinto, em 1997, em Bragança Paulista. Lutei no boxe olímpico até 2001, com 45 lutas, 40 vitórias e 27 nocautes. Participei de 19 torneios e venci 16 deles, tendo chegado à final em todos. O cara que mais me venceu foi o Claudio Aires, até desci de categoria por causa dele. Perdi também uma vez e depois venci o Chumbinho, que já derrotou o Vitor Belfort no boxe. Depois subi de peso novamente e venci o Claudio Aires, o que foi uma superação na minha vida. Também sou tricampeão brasileiro e de outros torneios importantes. Fiz uma luta no exterior, mas perdi por decisão.
No MMA, você costuma sempre partir para a trocação…
O boxe é o meu carro chefe. As nossas mãos são muito habilidosas. Pode pegar o cara mais habilidoso com chutes, que não vai ser mais que as minhas mãos. Claro que acredito nos chutes, mas eu os evito, porque realmente não sei chutar bem. Qualquer luta que fizer, contra quem for, vou manter em pé. Sou orgulhoso com isso. Claro que o boxe puro não adianta no MMA, como vimos com o James Toney (Toney foi dominado por Randy Couture), lutador que sou fã. Mas fiquei com pena dele no MMA. O boxe sozinho no vale-tudo é muito carente. Somos muito bons com as mãos, mas não podemos ser limitados na defesa de chutes e quedas. Acho que o boxe e o muay thai se completam, assim como os outros estilos.
Falando nisso, como é o seu chão? Acredita ter bom Jiu-Jitsu para o UFC?
Sou faixa-marrom desde dezembro de 2008, mas não me considero um grande faixa-marrom. Nunca lutei de kimono, mas tenho 11 lutas sem kimono e venci dez. Acredito que, se tivesse feito mais lutas de chão, seria bom para mim no MMA. Queria ter competido mais no Jiu-Jitsu. Nessas lutas, fico até mais tenso que no MMA. O Jiu-Jitsu é muito difícil. Meu parceiro de treinos, o Thiago Tavares, diz que eu sou um bom faixa-azul por baixo, mas, por cima, sou um bom faixa-marrom. Mas ele é meu amigo (risos)!
E como acha que vai ser a luta contra o James McSweeney?
Vou entrar para esta luta com o boxe bom. Sei que o cara é trocador, mas acho que, na hora da luta, ele vai virar um lutador de grappling. Ele não vai aceitar trocar comigo. Se quiser lutar em pé, vai apanhar e mudar de ideia. Eu quero manter essa estreia totalmente em pé.
Como foi essa reviravolta na carreira, assinar com o UFC?
Aconteceu tudo de uma vez na minha vida. Estava triste por ainda não ter entrado num grande evento de MMA e ia voltar ao boxe. Ia fazer uma luta internacional que ganharia mais que o dobro que vou receber no Ultimate. Ia enfrentar o ex-campeão mundial Jean Marc Mormeck, mas estou muito feliz agora. Estou em Floripa para me afiar com o Thiago Tavares no chão e vou arrumar bons sparrings para treinar em pé. Vou estar em forma para o dia 16. Agradeço muito aos eventos no Brasil que me deram oportunidade. Agradeço muito pela chance que o Amaury (Bitetti) me deu no Bitetti Combat. Tenho certeza que essas lutas ajudaram no meu cartel para fechar com o Ultimate.