A lição nº1 que Jackson Silva aprendeu: o Jiu-Jitsu fortalece a mente e espanta a depressão

Share it

Jackson Silva no alto do pódio do Brasileiro 2022. Foto: Acervo Pessoal

Professor da escola Guetho BJJ Texas, o campeão Jackson Silva recordou em conversa com o GRACIEMAG como o Jiu-Jitsu o beneficiou desde a primeira semana.

O aluno da fera Guto Campos falou com nossa equipe sobre depressão, dicas para competir e o que é preciso para ter uma boa academia nos Estados Unidos. Confira!

GRACIEMAG: Como foi o seu início no Jiu-Jitsu?

JACKSON SILVA: Comecei graças a um grande amigo que ficava me chamando para treinar por uns dois meses. Eu estava em dúvidas. Mas, quando finalmente aceitei o convite, percebi no primeiro treininho que o Jiu-Jitsu me ajudaria a sair da situação de depressão em que encontrava. Foi exatamente o que aconteceu. O Jiu-Jitsu me trouxe momentos de muita clareza na mente, uma luz que eu não via por muito tempo. O grande benefício da arte é, muito rápido, fortalecer a autoestima, a autoconfiança, mostrar que há sempre uma saída. Ao treinar, comecei a amadurecer como pessoa.

E os campeonatos, começaram logo?

Sim, acho que meu espírito de competição vem de berço. Afinal, tenho seis irmãos e qualquer pessoa que tem irmãos sabe que todo dia é uma guerra diferente (risos). Pratico artes marciais desde os 12 anos, pois comecei com a capoeira. O Jiu-Jitsu veio com 19 para os 20 anos.

Como foi seu primeiro campeonato de Jiu-Jitsu, ainda lembra?

Sim, fui incentivado a lutar com seis meses de treinos. Foi uma situação no mínimo engraçada, já que eu era peso médio e meu professor à época me inscreveu na categoria pesado. Ele só me deu uma instrução: “Só vai!” (Risos). Entrei sem compromisso, fiz duas lutas e ganhei a semifinal. Perdi a final por 2 pontos, e aquele resultado me deixou extremamente animado. Ali eu soube que poderia treinar mais e ter um resultado melhor, e que para chegar ao ouro só dependeria de mim. Para mim essa filosofia que só depende do mérito e das nossas capacidades é um dos aspectos mais fascinantes do Jiu-Jitsu.

E que medalha você valoriza mais?

Acho que foi após vencer o peso e o absoluto no American Nationals de 2024, este ano. Na final do absoluto, venci o Jaime Canuto. Outro triunfo inesquecível foi meu título no Campeonato Brasileiro de 2022, quando fiz cinco lutas sem levar um ponto sequer. Aquela atuação mudou minha mente, como atleta, como pessoa e como profissional.

Que dicas você daria para quem quer ensinar fora do Brasil?

Para quem quer dar aulas fora do Brasil, sugiro aprender inglês o suficiente para se comunicar com os alunos. De início, é aprender o nome das partes do corpo e o nome dos movimentos. E, principalmente, estudar a cultura do país e estar aberto a se adaptar à nova região, a uma nova culinária, nova cultura. Vejo recorrentemente pessoas mudando de país, mas muitos trazem na mala os hábitos culturais do Brasil, que por vezes se chocam com o do novo lugar. Como no Jiu-Jitsu, a adaptação é a chave do sucesso para quem quer dar aula fora do Brasil. Oss!

Ler matéria completa Read more