O carioca Rogerio Poggio leva a sério a missão de ensinar e formar jovens nos dojos da sua escola, a Infight: “Ser professor de Jiu-Jitsu não é só amarrar a faixa na cintura e seguir dando suas aulas”, explica Poggio. “A vida de professor vai muito além daqueles horários que ele tem a cumprir na academia. Primeiramente, porque somos um espelho para os jovens alunos, e o que fazemos pós aula, fora da academia, também influencia e muito.”
Para Rogerio, o trabalho do professor muitas vezes é até incompreendido pelos familiares, em especial nos fins de semana.
“Se houver um campeonato no sábado e no domingo o professor tem de estar presente, e vai querer incentivar os alunos o dia todo. Já fiz isso por muitos anos, e faço até hoje – com muito prazer”, diz o líder da Infight.
Poggio, como se percebe, jamais se arrependeu um dia de deixar o terno e gravata e a rotina de funcionário de contabilidade no centro da cidade, adotando o kimono como traje no dia a dia.
“A maior das recompensas é ver as crianças da academia um dia virando adultos, pais de família com caráter”, orgulha-se Rogerio. “Sou um entusiasta do Jiu-Jitsu para os pequenos, admiro muito o trabalho do mestre Leão Teixeira, por exemplo, e creio que não há melhor ferramenta que o Jiu-Jitsu para os jovens perderem seus receios. Na Infight e na rede de escolas particulares onde ensino há décadas, eles aprendem todos os dias que não se ganha sempre, e que mesmo na dificuldade existe aprendizado; que os melhores não nasceram bons – eles suaram para conseguir o que queriam; que a gente deve olhar no olho das pessoas, não em sinal de desafio, e sim de respeito, compreensão, igualdade; e que é de erro em erro que se atinge a perfeição”.
Se hoje sua academia tem mais de 40 filiais espalhadas pelo planeta, do Canadá ao Japão, o começo não foi assim tão fácil. “Eu gostava de surfar e por essas coisas do destino, morava em frente ao Renzo, Ralph e Ryan, que se tornaram meus amigos de praia. O Jiu-Jitsu começou então naturalmente, observando aquelas feras. Ali por 1984, empilhávamos quatro tapetes persas da minha avó na casa do meu amigo Paulo Nardy, que hoje comanda a Infight São Paulo, e começamos a ter aulas com nosso mestre, o Toti ‘Pitoco’ Jordan. O Renzo era faixa-roxa na época, para se ter uma ideia. E o Roberto Gordo começou a treinar ali naqueles velhos tapetes”, ele rememora.
Certo dia, Pitoco recebeu uma proposta vantajosa de ir a São Paulo ensinar Jiu-Jitsu, e deixou a matriz no clube do condomínio Alfabarra ao comando de Poggio. Em 21 de setembro de 1995, seu aniversário, Rogerio recebeu a faixa-preta: “Apesar da alegria, foi um pouco assustador. Pois agora eu teria de puxar os treinos, preparar os atletas da escuderia. Mas deu certo, e estamos no Alfabarra até hoje. Precisei tomar uma decisão dura, a de me afastar dos campeonatos e da vida de competidor de elite, mas fiz o que foi necessário. E assim fiquei cinco anos formando lutadores e me dedicando aos atletas mais jovens do time. Quando completei meus 30 anos e virei master, enfim voltei a lutar nos torneios master. É um modo de estudar Jiu-Jitsu, inspirar os alunos e me manter atualizado. De quebra, isso ainda me ajuda a manter o preparo físico em dia”.
“Nos próximos cinco, dez anos, enxergo nossa escuderia crescendo em direção aos Estados Unidos, e Europa. Hoje temos um trabalho sólido no Japão, pelas mãos do professor Renato, mas ainda estamos engatinhando nos EUA. No Canadá, para onde viajo direto, o trabalho dos meus alunos e professores Ryan Christopher e Eduardo Cadena também tem sido muito consistente”, elogia. “Já nos campeonatos de elite, temos muitos talentos sendo lapidados para seguir os passos vitoriosos da nossa campeã Gabi Pessanha nos eventos da IBJJF, como os juvenis Maria Claudia e o Gabriel Bona, campeões mundiais na faixa-azul este ano na Califórnia”.
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