Anderson Silva, nascido em São Paulo em 14 de abril de 1975, foi um célebre campeão do UFC que acumulou 17 vitórias consecutivas no MMA, com dez defesas de título bem-sucedidas em sequência, de 2006 a 2012.
Ao longo da adolescência, dois ensinamentos ficaram marcados em suas memórias. O primeiro, de seu professor de taekwondo, o coreano Kang: “Brigar na rua é para os fracos. Quando alguém dá um presente ruim para você e você não pega, com quem fica o presente? Com ele. Provocação é a mesma coisa. Não aceite”. E talvez a orientação mais eficiente, que escutou de seu tio Benedito, com quem morava: “Anderson, se brigar na rua, te boto dentro do canil com o cachorro”.
Cria da mítica escuderia Chute Boxe, em Curitiba, Anderson passou apertos na carreira. Na primeira vez em que o Jiu-Jitsu o salvou, o Silva arrumou um emprego como instrutor de Jiu-Jitsu no Paraná, ainda como faixa-roxa. Em 2003, após deixar a Chute Boxe e o Pride FC, pensou em abandonar a vida de lutador. Silva, que já era conhecido pelos fãs por suas joelhadas, chegou a confirmar para amigos que penduraria as luvas. Acabou demovido da ideia pelos irmãos Rodrigo e Rogério Nogueira, seus fãs declarados e com quem o Silva passou a treinar.
Após incentivos e negociações dos gêmeos baianos, Anderson retomou a carreira numa vitória espetacular em Seul, na Coreia do Sul, ao vencer o incansável Jeremy Horn, no evento Gladiator. Em 2006, após altos e baixos, obteve uma vitória que a internet consagrou e espalhou – o nocaute cinematográfico contra Tony Fryklund, no evento Cage Rage, com uma cotovelada invertida de fazer Bruce Lee babar.
Em 2007, após a estreia no UFC, Anderson Silva recebeu a faixa-preta de Jiu-Jitsu das mãos de Minotauro e Minotouro, numa tarde na equipe Black House, academia no Recreio, no Rio.
No Octagon, Anderson Silva atingiu a maturidade técnica e atlética, e transformou-se no principal astro brasileiro do UFC, ajudando o evento a vender milhões de pacotes de pay-per-view no país, e no resto do mundo.
O espetacular Aranha faria sua luta mais emocionante no ano de 2010, no UFC 117, em Oakland, na Califórnia. Após meses de provocação, o americano Chael Sonnen partiu para cima do brasileiro e chocou o mundo ao abalar Silva em pé e dominar o combate por quatro rounds e meio, até que Anderson encaixou um triângulo nos instantes finais, finalizando Sonnen e ainda quebrando o recorde de defesas de cinturão da organização. Foi a luta do ano – e, para melhorar, calava o falastrão americano que dissera que a faixa-preta do Silva, recebida pelos Nogueira, “valia menos que um brinquedinho que a gente ganha nas lanchonetes”.
Em julho de 2012, Anderson ampliaria seu recorde, para dez defesas consecutivas – contra o próprio Sonnen, no UFC 148. Tal evento gerou 1 milhão de pacotes de pay-per-view vendidos e está entre os maiores da história da companhia. Anderson foi agarrado e derrubado, mas virou e venceu a revanche por nocaute técnico no segundo round. “Contra Sonnen fiz a melhor atuação de minha carreira”, admitiria Silva.
* Frases de Anderson:
“Quase vencer não existe. Lá em casa tem um pé de quase. Nunca dá nada, é sempre quase.”
“Quando se vai lutar com um campeão, você tem de estar física e psicologicamente preparado para derrotar o campeão. Tem de ter cabeça de campeão para lutar com o campeão. Não pode ter cabeça de desafiante.”
“Chael, muto obrigado pela luta. Se você quiser comer um churrasco lá em casa eu te convido, e minha mulher cozinha para gente.”