Ivan Simão da Cunha Gomes (1939–1990) nasceu em Campina Grande, Paraíba, e foi um invicto peso pesado do vale-tudo brasileiro. Chegou a pesar 110kg e virou estrela em ringues do Japão.
No livro “Ivan Gomes: a história de um lutador imbatível”, biografia escrita em 2013 por sua noiva, Cléa Cordeiro, o cartel não oficial de Ivan aponta cerca de 500 vitórias na carreira, em 16 anos como artista marcial.
Ivan começou a treinar Jiu-Jitsu e boxe em 1954. Após ganhar destaque em programas de luta na TV nordestina, o lutador recebeu a grande chance de sua vida, aos 23 anos, contra um campeão consagrado. O ídolo Carlson Gracie, 30 anos, aceitou medir forças com aquele parrudo rapaz criado entre vaqueiros.
A luta se deu no Sesc do Recife, Pernambuco, no dia 28 de dezembro de 1963, e terminou empatada, com a mão de ambos erguida. “Foi a luta mais dura da minha vida”, admitiria Carlson, que depois se tornou amigo de Ivan e o levou ao Rio de Janeiro.
Em 1972, Gomes enfrentou Valdemar Santana e venceu o veterano lutador, em Manaus.
Em agosto de 1976 Ivan encarou, no Maracanãzinho, o peso pesado holandês bicampeão mundial e campeão absoluto olímpico de judô (Munique-1972) Willem “Wim” Ruska. Num lance conturbado, com ambos os lutadores embolados nas cordas, Ivan arrochou o estrangulamento em Ruska, mas o árbitro considerou o golpe ilegal e o desclassificou, para vaias gerais da torcida carioca.
Craque nas quedas e chaves de calcanhar, o completo Ivan morou no Japão por dois anos, a partir de 1975, quando treinou e trabalhou com o lutador e futuro senador Antonio Inoki.
Aposentou-se em 1977, e virou nome de rua em Campina Grande. Ao pendurar o sungão, voltou a viver sua vida de garoto, nas fazendas de sua infância na Paraíba.