[ Por Alvaro Romano, faixa-preta e professor da Ginástica Natural]
“Foi uma época de ouro, de muito aprendizado.
Lembro até hoje deste dia, no sítio Nosso Vale, do professor Helio em Itaipava, ali na estrada para Teresópolis. Foi no ano de 1980, talvez 1981.
Era uma semana de preparação para um campeonato grande, que seria realizado no Clube de Regatas do Flamengo, na Gávea. Todo mundo ia lutar, o Rolls e a família toda. Ele me falou que estava subindo para o sítio e me convidou. Topei, e fui com Fabio Santos e nossas namoradas.
Lembro que tinha bastante gente lá, Robson Gracie, Crolin, Rickson, Royce, Royler e outros primos e irmãos.
Nós chegamos pela manhã e ficamos conversando por um tempo, caminhando pelo vale, até que o professor Helio olhou para a gente, interrompendo o papo: “Todos têm kimono?” Na mesma hora todo mundo se levantou e foi pegando o seu na mochila.
http://www.youtube.com/watch?v=Kk7Gmyt5KhE
O que me marcou muito foi o professor Helio puxando o treino. Ele começou a casar as duplas, e me colocou com Rickson primeiro. Depois, treinei com o Royce, e o Fabinho foi com o Royler. Aquele vídeo do treino do Rolls com Rickson, também parte do documentário “Os Gracie e as origens do vale-tudo” foi filmado no mesmo dia. Assim que o Rolls terminou o treino com Rickson (veja abaixo), ele me chamou para treinar.
Estes treinos normalmente se davam na academia do Rolls em Copacabana, e quando o mestre Helio aparecia sempre estava junto com ele no tatame, comandando bem ao estilo que vemos no vídeo.
http://www.youtube.com/watch?v=NXKoy-uEHcM
Lembro que os treinos esse dia rolaram direto, e era uma troca de experiência valiosíssima. Afinal, nós éramos alunos do Rolls e o seu Helio levava o Rickson, Rolker, Royce e Royler.
Essas cenas ajudam a ver o Jiu-Jitsu daquela época, um Jiu-Jitsu de muita movimentação, em que o Rolls já mostrava muitas das técnicas que vemos hoje. O Rolls gostava de filmar sempre os treinos, estudava com a gente na recepção da academia em Copa, e devem existir vários vídeos de treinos como esse, que não sabemos onde estão.”