Depois de medalhar no absoluto do Mundial de Jiu-Jitsu 2013, no último dia 2 de junho, o faixa-preta Leonardo Leite, de 35 anos, está perto de mais um desafio na carreira.
O aluno de Alexandre “Gigi” Paiva faz sua estreia no MMA no próximo dia 23 de junho, no Rio, na luta principal do Festival de Lutas Contra o Crack. A luta será num ginásio que o bicampeão mundial conhece bem, o Tijuca Tênis Clube.
O lutador de 35 anos ainda não sabe contra quem será a estreia, mas está cheio de confiança, embalado por vitória recente no boxe, e também pelos confrontos no Mundial da IBJJF.
Batemos um papo com a fera. Confira:
GRACIEMAG: Você faz sua estreia no MMA já na luta principal. O corpo já está novo após o Mundial? O joelho que virou na luta com Rodolfo Vieira, no absoluto, ainda dói?
LEONARDO LEITE: Ainda dói um pouco, mas apenas quando eu faço aquele mesmo movimento realizado ao me machucar. Estou pronto e confirmadíssimo para minha primeira luta de MMA. Ainda não sei o nome do oponente.
Você machucou feio no sábado 1º de junho, e precisou se superar para voltar para a luta, e depois para lutar o peso. Como você analisa sua caminhada no absoluto?
Acho que foi o Mundial para o qual eu mais mais me preparei, pois pude treinar só Jiu-Jitsu sem ter de me dividir com os treinos de judô. Foram três meses só de Jiu-Jitsu na Alliance Rio, com o Gigi, o que me ajudou bastante. Eu não ia lutar o absoluto, a vaga era do Léo Nogueira, mas como ele se machucou abriu a vaga e pedi ao Fabio Gurgel e ao Gigi para lutar o aberto também. Peguei uma chave bem dura, comecei finalizando um atleta do Cícero Costha, depois veio o DJ Jackson e nas quartas o André Galvão, um dos caras que eu mais gosto de ver lutar.
Essa luta foi 3 a 3 nas vantagens, certo?
Foi, ganhei na decisão dos juízes. O André é um cara que luta para frente, sempre tentando finalizar. Eu tentei segurá-lo ao máximo para não dar muito espaço, porque sei que se eu desse brecha o final seria outro.
E veio a semifinal com o Rodolfo.
Na semifinal com Rodolfo a luta estava boa. Ali eu achei meu jogo, diferentemente da nossa luta na Copa Pódio. Na metade da luta, porém, ele foi tentar me colocar para baixo, eu tentei defender e meu joelho estalou muito. Senti bastante dor na hora, sem condição de continuar, mas fiquei e lutei até o fim. Mas no meu ponto de vista ele e Buchecha estão um degrau acima dos outros. No fim, subir no pódio da categoria mais disputada do Jiu-Jitsu com 35 anos e ver que os dois caras de cima estão com 23 me deixou bem satisfeito.
No superpesado, você acabou perdendo nas quartas, para o João Gabriel, e ficou bem chateado. Você vencia a luta quando ela foi paralisada. Na volta, você tentou bater mão com ele, que correu e puxou para a meia-guarda – num lance que talvez tenha sido mais empolgação do novato do que malandragem no mau sentido. Como você revê isso hoje?
Eu não tenho nem muito o que dizer desse garoto, após o lance que ele fez durante nossa luta. O que tenho certeza é que seus professores jamais ensinaram isso a ele. Na minha visão, ele viu que a luta estava dura para ele, já que ele perdia por 3 a 0 (passagem) e não estava se achando. Aí ele se aproveitou de uma situação para se dar bem.
Qual foi o saldo final do Mundial de Jiu-Jitsu, Léo?
Acho que na luta existem coisas que não têm preço, e uma delas é o fato de poder lutar com meu pai (Aguinaldo “Nadinho” Leite) incentivando ali nas arquibancadas. Foi o sétimo Mundial de Jiu-Jitsu que lutei, e nas sete ocasiões ele estava lá presente, e nas sete belisquei uma medalha. Ele é meu maior incentivador, e o cara que mais me motiva a continuar treinando e competindo. meu maior ídolo e meu maior fã também. Essa é uma felicidade que não dá para descrever.