A fase é das melhores. Primeiro, Luiz Fernando Panza garantiu a vaga no Campeonato Profissional de Abu Dhabi, o WPJJC, na seletiva de Nova York. Dias depois, no Rio de Janeiro, o faixa-preta da academia Barbosa faturou o peso pesado e o absoluto no Brasileiro de Jiu-Jitsu Sem Kimono, no sábado 26 de outubro.
Panza era daqueles lutadores que se dividia entre os treinos, o trabalho e a faculdade, mas um revés para Rodolfo Vieira em 2012 mudou tudo. O atleta passou a viver para o esporte e agora colhe os frutos. Não foi à toa que finalizou seis lutas no campeonato sem pano da CBJJ.
A seguir, ele comenta o que aprendeu ao longo de sua jornada como faixa-preta de Jiu-Jitsu:
GRACIEMAG: A primeira vez em que você apareceu no nosso radar foi numa derrota para Rodolfo Vieira em 2012. A partir dali, você embalou. Por quê?
LUIZ FERNANDO PANZA: Naquela época eu ainda passava por uma série de coisas em minha vida, como trabalho e faculdade. Mesmo assim tentava conciliar tudo como o treino. A partir daquele dia, porém, senti a diferença de como eu atuava para um atleta de alto nível em que sempre me espelhei. Ali decidi viver realmente somente para o esporte. A minha alimentação já era muito regrada, mas passei a levar o treino e periodizar tudo de uma forma mais correta, profissional e me dedicar totalmente.
Você voou de Nova York para o Brasil para lutar o Brasileiro Sem Kimono e conquistou duas medalhas de ouro. Qual foi o aspecto primordial de sua conquista no Tijuca?
Acredito bastante em minhas finalizações, e treino muito para ficarem as mais justas possíveis. Assim posso atacar o tempo todo de todos os lados. A pontuação acaba acontecendo, mas tento ter um Jiu-Jitsu para a frente atacando o máximo possível – e com precisão. Finalizei seis lutas entre o pesado e absoluto.
E ainda teve direito a um triângulo voador em cima de Mikeias Bezerra (Alliance), na final dos pesados…
Cara, foi um triângulo voador e caiu muito justo, tanto que ele apagou rápido. Não sei se ele tentou segurar ou o quê. O detalhe do triângulo é colocar pressão no adutor, busco a canela para fechar e já venho puxando a cabeça para não escorregar. Tudo bem justinho.
E como você fez para anular o wrestling do americano AJ Agazarm na final do absoluto?
A minha estratégia no aberto foi a de sempre, lutar sem me preocupar com o gás, cair para dentro e tentar finalizar o tempo todo. Na luta contra o AJ, pulei na guarda umas quatro placas de tatame de distância [risos]. É que eu sabia que ele queria mergulhar em minhas pernas, né. Depois consegui encaixar o armlock da guarda e o tombei. Ele foi guerreiro e resistiu ao máximo, foi difícil estourar a defesa dele de armlock, mas passei a perna para fechar o triângulo e arrochei o braço. O AJ é muito briguento e forte para um peso leve.
Agora você viaja para o Mundial Sem Kimono, na Califórnia. Já dá para imaginar um título mundial absoluto?
Confesso que com os triunfos no peso e no absoluto no Pan e no Brasileiro Sem Kimono, estou confiando bastante no meu jogo sem o tradicional paletó. Sempre gostei muito de lutar sem kimono, estou em minha melhor forma física, mas tenho plena consciência do que vou enfrentar em Long Beach. A batalha será muito dura, mas estou com muita vontade de ganhar.