O brabo Miguel Soares, 14 anos, já havia se aventurado por esportes como natação, skate e, claro, o futebol. Graças à mãe de um amigo, teve seu primeiro contato com o Jiu-Jitsu na GFTeam, no Rio de Janeiro.
Levado a uma aula experimental, ele começou na escola do professor Wallace Castro, no CT GFTeam Vaz Lobo, no Rio de Janeiro, e não mais parou. Hoje são títulos ao redor do Brasil e do mundo. Entre eles o de campeão brasileiro e o ouro no Pan Kids.
A faixa ainda é amarela mas a rotina é de atleta maduro: treinos de Jiu-Jitsu, preparação física, alimentação e descanso, tudo entre várias viagens internacionais. Miguel já tem até produtos personalizados ligados ao Jiu-Jitsu, fabricados pela mãe e vendidos para ajudar a custear a rotina de competições.
Mas não é só no esporte que Miguel se aplica e se destaca. Ele faz questão de “vencer” também nas notas, e isso vem dando resultados no desempenho escolar do faixa-amarela.
“Esporte e estudos sempre andam juntos para mim”, ele garante. “Sei que preciso me expressar corretamente e sem estudo isso não é possível. Repito aos meus amigos e seguidores que eles jamais deveriam deixar de estudar, pois isso é fundamental para as pessoas, dentro ou fora do esporte.”
Perguntado pela equipe GRACIEMAG, Miguel descreveu sua rotina e como faz para duplicar seu tempo e não ficar cansado, na hora de treinar ou de ler.
“Saio 6h30 da manhã para a escola e volto uma da tarde. Não tenho medo de uma rotina acelerada. Chego em casa, tomo banho, almoço e descanso um pouco. Já cumpro com o dever de casa e reviso a matéria aprendida de manhã. Vou treinar três da tarde, e só volto dez da noite, para o banho, lanche e cama.”
O jovem campeão da GFTeam procura fazer seu treino físico no intervalo entre os treinos de pano:
“Na sexta-feira, tenho ainda tempo para aulas no curso de inglês. Dá tempo, o que não gosto é deixar as notas caírem e precisar correr atrás. Então estou sempre bem nas provas. Isso me deixa confortável para poder viajar sem me preocupar com a escola, ainda mais que minhas viagens se intensificam mais do meio do ano para o final. O bacana é que a escola me apoia, eles mantêm sempre meus pais informados do meu desempenho.”
Miguel garante que sua vida é normal de adolescente, com brincadeiras, cinema e game nos fins de semana.
“Eu jamais deixo de me divertir. Inclusive nos treinos de Jiu-Jitsu, claro, que treino com maior prazer e alegria”, ele afirma. “O mais legal do Jiu-Jitsu é que a arte suave ajudou na minha concentração ao estudar. Me fez também entender minhas responsabilidades e dividir escola, treino, viagens. Afinal, a gente aprende desde cedo que o kimono tem que estar limpo e seco, isso vai nos dando a prestar atenção nas coisas, as grandes e pequenas. Eu entendo hoje que, se quero me tornar um campeão mundial na faixa-preta, preciso começar desde cedo a ter foco, disciplina e responsabilidade. São três conceitos que precisam andar juntos. Através do Jiu-Jitsu eu levo esses ensinamentos para a vida.”
Miguel Soares tem um sonho, além de ser campeão mundial adulto: ser craque em informática, curso que pretende cursar na época universitária.
“E também ter uma academia voltada para crianças, pois entendo que campeões se formam desde criança. Hoje aqui no Brasil muitos talentos ficam pelo meio do caminho”, ensina a ferinha.