Só quem deu tantas alegrias é capaz de fazer uma comunidade inteira chorar. Neste domingo 7 de agosto, a comunidade do Jiu-Jitsu, em choque, acordou para chorar o falecimento de Leandro Lo Pereira do Nascimento, aos 33 anos.
Leandro Lo foi alvejado na cabeça por um tiro, e entrou no hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya de madrugada. A ocorrência na polícia militar de São Paulo foi à 1h57 da manhã.
De acordo com o portal G1, o incidente começou numa festa dentro do Clube Sírio, após uma discussão entre Lo e um outro homem. Leandro o teria imobilizado após ele tentar pegar uma bebida de sua mesa. Após serem afastados, o atirador sacou uma arma e disparou na cabeça do atual campeão mundial meio-pesado, sem chances de defesa.
O amigo e velho adversário Bernardo Faria resumiu: “Talvez o dia mais triste da história do nosso esporte.”
Parceiro de treino de Lo desde a faixa-azul, Paulo Miyao lembrou as qualidades de Lo que poucos viam. Nos tatames, afinal, Lo foi um dos campeões mais queridos da torcida e dos lutadores, e conquistou um título mundial absoluto, em 2018, foi hepta mundial (2012/13/14/15/16/19/22) e faturou quatro ouros em quatro pesos diferentes. Lo considerava o primeiro, no peso leve, e o último, este ano, como “as duas conquistas mais importante da carreira”.
“Hoje o Jiu Jitsu perde um dos maiores da história do esporte, o mundo uma das pessoas mais divertidas que já existiu, e eu perco o chão”, declarou Paulo Miyao. “Não acreditei quando soube. Não acredito agora. Talvez nunca acredite. Nunca fui íntimo, nunca fui um grande amigo, mas fui inspirado e motivado por você. Pelo homem. Foram muitas memórias juntos. Vivemos quase diariamente por anos. Lembro das viagens quase intermináveis para campeonatos. Lembro das resenhas. Lembro da energia que chegava com sua chegada. Você se foi, mas nunca irá. Quando eu lembrar de Jiu-Jitsu, lembrarei de você, da sua história, do seu legado. Quem não irá? Quem nunca se imaginou começando uma luta como Leandro Lo? Com os braços abertos, com a volta no tatame, com o pulo que quase tocava o Céu. Hoje você o alcançou, está com Deus, fazendo Ele rir também. Infelizmente a maldade não tem hora, nem local. Não avisa. Não tem como se preparar. Lembro de você falar que faixas-pretas nunca morrem. Não acreditava. Mas hoje acredito. Pelo menos você, não. Leandro imortal. Lo para sempre.”