Cris Cyborg é considerada por muitos como a melhor lutadora de MMA de todos os tempos. Isto se deve a um cartel admirável de 11 vitórias em 13 combates, além do jogo agressivo da atleta dentro dos cages, que lhe renderam nove nocautes no currículo.
A curitibana foi campeã do Strikeforce de 2009 a 2011, mas ao ser pega em um exame antidoping, perdeu o cinturão e teve o resultado da luta contra Hiroko Yamanaka transformado em no contest.
Cris cumpriu suspensão, e quando retornou, o Strikeforce já estava com os dias contados. A brasileira foi então, contratada pelo UFC, mas os dirigentes exigiam que ela lutasse entre as galos (até 61 kg), única categoria feminina existente no Ultimate. Sem condições de chegar a este peso, Cyborg optou junto com seu manager, Tito Ortiz, ir para uma franquia parceira, o Invicta FC.
Em abril de 2013 Cris retornou aos cages com todos os holofotes voltados para ela. A atleta enfrentou Fiona Muxlow e precisou de pouco menos de quatro minutos para fazer aquilo que está acostumada: nocautear. A vitória arrasadora lhe rendeu uma disputa de cinturão, e ela vai encarar Marloes Coenen pelo título inaugural das pesos-pena, no dia 13 de julho, em Kansas City, Missouri, no Invicta FC 6.
Batemos um papo exclusivo com a lutadora brasileira e aqui você confere os destaques:
GRACIEMAG: Cris, você já enfrentou a Marloes Coenen em 2010 e finalizou o combate da maneira como está acostumada: por nocaute. Agora novamente vocês vão se encarar pelo cinturão. De lá para cá, o que mudou na sua preparação, e qual a evolução que você vê na sua adversária?
CRIS CYBORG: Acredito que após essa primeira luta evoluímos bastante e aprimoramos nossos treinamentos. Posso falar por mim: todo atleta que treina diariamente melhora cada vez mais. Estou fazendo os treinos com os mesmos profissionais da minha luta passada. O foco do combate é a vitoria. Vou estar preparada para qualquer situação, seja em pé ou no chão.
A Marloes é uma oponente que tem a maior parte de suas vitórias por finalização. Como estão os treinos de Jiu-Jitsu com o pessoal da Atos?
Sim. Estou treinando na Academia Atos faz um tempo. Logo que me mudei para San Diego tive contato com o André Galvão através do professor e amigo Rafael Alejarra. e desde então venho afiando o meu Jiu-Jitsu com eles.
Acredito que em uma luta de MMA você tem que estar preparada para diversas situações, seja em pé ou no chão. Todos sabem que gosto da luta franca, busco o nocaute, mas também sou faixa-marrom de Jiu-Jitsu. Se o combate for para o chão, por que não buscar a finalização? Vou deixar nas mãos de Deus… meu papel é treinar e é o que estou fazendo. Só sei que darei o meu melhor.
Você ficou um ano e meio sem lutar. Como foi a volta? Estava receosa?
Fiquei um ano e meio sem lutar, mas continuei treinando duro. Já passei várias vezes, em minha carreira, um tempo sem lutar por falta de adversária. Não perco o foco. Nessa fase procuro treinar bastante e melhorar cada vez mais o meu jogo. Tudo acontece na hora certa. É como esta disputa de cinturão agora.
Como é trabalhar com Tito Ortiz, uma figura polêmica do MMA?
O Tito Ortiz é uma pessoa muito querida. Todos o conhecem como o “Bad Boy” do MMA, mas ele é um grande professional. O admiro também como pessoa, pela atenção que tem me dado nesse pouco tempo que começamos a trabalhar juntos, não só na parte de manager, mas também fazendo parte diariamente dos meus treinos.
Com o UFC vindo mais constantemente para o Brasil, te dá vontade de lutar em casa? Acredita que o Ultimate vai expandir para outras categorias femininas, tornando possível a sua entrada definitiva?
Lutar em casa é sempre bom, independente de qual seja o evento. Mas estou muito feliz lutando no Invicta FC.
Como acredita que vai se desenrolar este segundo duelo entre Miesha Tate e Ronda Rousey?
Como todos sabem, o jogo da Ronda é só pegar armlock. É o que ela tem para oferecer. Se a Miesha defender, a vitória é dela, mas vamos ver. MMA tudo pode acontecer.
É frustrante ouvir dos fãs de MMA, que talvez você seja a única capaz de vencer Rousey, e não poder lutar com ela?
O que eu posso dizer? Onde estiver lutando vou dar o meu máximo para fazer grandes combates e nocautear. O que vier depois é consequência. Vou plantar a semente e esperar. Essa luta só vai acontecer quando o evento quiser que acontença. Eles sao os donos da bola…
Cris, gostaria de deixar alguma mensagem aos leitores e àqueles que te apoiam?
Quero agradecer a todos os meus patrocinadores, minha equipe Chute Boxe, minha Filial The Rock , e a todos que apoiam o meu projeto social junto com Antonio Tolentino, o IFC: Instituto Formando Campeões – RJ. Gostaria também de deixar uma mensagem aos brasileiros que estão à frente dos protestos contra à corrupção: O desafio não nos para nunca! #coracaobrasileiro.