A pirâmide da California State University em Long Beach recebeu no domingo grandes astros da faixa-preta, que deram tudo para se sagrarem campeões mundiais de Jiu-Jitsu sem kimono. Foram nomes como João Assis, Rafael Lovato, Flavio Almeida, Caio Terra, Victor Estima, Lucas Leite, o campeão absoluto 2009 Roberto “Tussa” Alencar, Lucas Lepri, Bruno Bastos, Marcus “Buchecha” Oliveira, Samir Chantre, Brandon Mullins, Carlos Holanda, Justin Rader e Gilbert “Durinho” Burns.
O dia, no entanto, foi mesmo de Roberto “Cyborg” Abreu, que abiscoitou duas medalhas de ouro, no peso pesadíssimo e no absoluto. “Eu tinha ganhado tudo já, menos um Mundial”, lembrou, quase indo às lágrimas. “Sempre cheguei tão perto, mas nunca tinha vencido, até hoje”.
Abreu fez seis lutas, duas no peso e quatro no absoluto.
“No aberto, venci a primeira luta por 9 a 2. A segunda foi contra o JT Torres, foi uma luta dura, ele é um competidor excelente, mas venci por 2 a 0″, conta Cyborg. “Na terceira, venci o Lucas Leite, um campeão mundial”. Cyborg meteu 15 a 2 no mais leve Lucas.
Com a vitória, Abreu chegou às finais com os companheiros Pablo Popovitch e Marcus Almeida “Bochecha”, semifinalistas do outro lado. Popovitch deu a vitória para o novato Bochecha, que por sua vez, na final, deixou o título para Cyborg.
Abreu tem fechado todos os últimos absolutos dos torneios da IBJJF, como o Honolulu Open, o Pan Sem Kimono, o Miami Open e agora o Mundial Sem Kimono, o último campeonato internacional da Federação no ano. Desde que Cyborg e Popovitch decidiram fundar o time The Avengers, que ainda conta com Rodrigo Cavaca e Bochecha nos treinos, as vitórias se multiplicaram.
Prova do bom trabalho, a vitória por equipes foi também do The Avengers, depois de nos resultados parciais a IBJJF ter anunciado que a CheckMat vencera. Mas agora é oficial, deu The Avengers na cabeça.
“Isso é fruto da nossa amizade, e dos treinos fortes com um pessoal realmente talentoso”, explica Cyborg.
Pablo Popovitch e Roberto se encontraram há três anos, e tornaram-se parceiros de treino e amigos desde então. “Pablo é meu irmão, desde que comecei a treinar com ele meu jogo melhorou muito. Quando Cavaca também se mudou para a Flórida, começamos a treinar todos juntos”, lembra Cyborg.
“Esse título foi a melhor coisa da minha vida, um sonho que se torna realidade. Eu amo tanto lutar Jiu-Jitsu e mostrar as técnicas, que nem quero migrar para o MMA. Eu não quero correr o risco de me machucar, e ficar uma semana sem fazer Jiu-Jitsu”, comentou o campeão absoluto, que dedicou o título ao amigo Peter Bivona, falecido recentemente aos 39 anos.