Professor e consistente competidor da GFTeam, a fera Denilson Pimenta decidiu graduar seu filhão de 16 anos, Arthur, que colecionava bons resultados na faixa-verde há tempos.
O inusitado é que o garotão foi direto para a faixa-roxa, sem passar pela azul juvenil.
O repórter Carlos Cobrinha então bateu um papo sobre a decisão do professor e sobre os desafios e vantagens para o filhão.
“O objetivo dessa graduação foi a de vê-lo evoluir e respeitar a velha máxima: não é o atleta que pede a faixa, é a faixa que pede o atleta. E a roxa caiu bem”, lembrou Denilson.
“Desde a minha época, temos exemplos de atletas com 15 ou 16 anos que foram grandes campeões no adulto e a partir daí fizeram uma bonita história. Caso do Leonardo Santos, da Nova União, que com 15 anos foi campeão mundial adulto na faixa-azul, em 1996, no primeiro campeonato mundial. No ano seguinte, aos 16, ele foi campeão novamente, de roxa. Inspirei-me naquela época – eu também era roxa naquele tempo – e pus meu filho Arthur logo para competir entre os adultos. Mesmo sendo faixa-verde, ele lutou na azul adulto e teve um aproveitamento de 100%, não obteve nenhuma derrota na época.”
Pimenta lembra outro fator, sobre as competições infantis de outrora e as de hoje, mais frequentes, situação que permite ao jovem evoluir mais:
“Antigamente, as competições eram poucas e só para crianças da faixa-amarela em diante. Existiam poucas crianças competidoras com um nível técnico tão alto quanto as de hoje. Vemos então muitas crianças e adolescentes que lutaram em todas as faixas e, consequentemente, possuem um nível técnico de Jiu-Jitsu maior que antigamente. Além do meu filho, lembro que há outras feras se destacando. Por exemplo, o Caleb, atleta da escola Melqui Galvão, que ganhou de faixas-pretas considerados na seletiva do ADCC, em São Paulo. Acredito que, nos dias de hoje, o bom nível técnico da garotada não sucumbe à força dos lutadores adultos.”
Mas e o tempo na azul, não seria valioso para o apuro técnico e ganhar bagagem?
“Se paramos para pensar, há crianças que começam a treinar com 6 anos. Aos 16, ele ou ela já tem dez anos de Jiu-Jitsu. Então, esse adolescente que passou por todas as faixas infantis já tem o tempo de tatame próximo ao que um faixa marrom/preta teria”, compara Denilson. “Portanto, ele já conquistou muito dessa técnica que um adulto deveria ter. Ao lutar na faixa-roxa, o jovem ganhará um nível maior de dificuldade e experiência nas competições que realmente correspondem as suas habilidades, assim, possibilitando sua evolução.”
GRACIEMAG então perguntou a Denilson se as equipes também ganhariam, com mais atletas jovens disputando o adulto:
“Creio que seria vantajoso para todos. Os pequenos das faixas coloridas teriam mais oportunidade de pódios, mesmo com menos tempo de Jiu-Jitsu, pois os mais duros e experientes estariam em outras competições. E as equipes poderiam acumular mais pontos nas competições com o aumento de faixas-roxas e azuis juvenis.”
E você, graduaria seu aluno da verde para a roxa sem passar pela azul?