Nosso GMI nos Estados Unidos, Deivid Dias tem se destacado nas funções de atleta e criador de conteúdo nas redes sociais.
O faixa-marrom da equipe GFTeam DC, sediada na capital americana de Washington, exerce importante papel na formação de diversos alunos de sua equipe e divulga seu trabalho por meio das plataformas digitais. Deivid acredita no poder da comunicação verbal e não verbal para se conectar com o público de maneira eficaz e alcançar os objetivos.
Em bate-papo com o GRACIEMAG.com, Deivid contou por que começou a investir na carreira de influenciador digital, falou da necessidade do professor saber se comunicar com os alunos e compartilhou seus próximos objetivos no Jiu-Jitsu.
GRACIEMAG: Quais são os maiores desafios de ensinar Jiu-Jitsu no exterior?
DEIVID DIAS: Os maiores desafios são a comunicação e a adaptação. Mas digo a comunicação como um todo, não apenas as palavras e a língua inglesa. Nós, brasileiros, temos dificuldade em ensinar uma boa classe em português. Muitos de nós não estudamos e ensinamos da forma que nos foi passado. E o professor Albert Mehrabian concluiu em seu estudo que as palavras representam apenas 7% da comunicação. O tom de voz (38%) e a linguagem corporal (55%) exercem um papel muito mais importante do que a voz em si. Então a comunicação é fundamental para dar uma boa aula. Nos Estados Unidos, é primordial ser um bom professor e saber inglês. Não é suficiente ser um bom professor e não saber inglês ou vice-versa. Os dois caminham lado a lado. Quanto à adaptação, o professor pode ter dificuldade de sair da zona de conforto mesmo se falar a língua estrangeira e ensinar uma boa aula. É muito difícil para o cara conseguir abrir portas novas e se adaptar. São diversos fatores que influenciam: o clima, comida e até os próprios treinos, que são diferentes da sua academia de origem. É crucial que ele venha de cabeça aberta. É complicado, mas possível.
Há quanto tempo você vive nos Estados Unidos? E o que mais sente falta do Brasil?
Eu vivo nos Estados Unidos há 16 anos, sou casado com uma americana e tenho dois filhos americanos. E o que eu mais sinto falta são os brasileiros. Igual ao brasileiro não existe. Somos muitos quentes, unidos, próximos e isso não existe muito aqui. Os costumes também fazem falta: andar de chinelo na rua, sem camisa. Aqui isso não é tão frequente. Também sinto bastante falta dos familiares e dos grandes amigos, os locais e a comida. Você jamais vai encontrar um arroz e feijão tão bem-feito quanto no Brasil.
Você produz bastante conteúdo nas redes sociais e divide as funções de atleta e influenciador digital. O que o motivou a começar a gravar vídeos de posições?
Realmente, tenho produzido bastante conteúdo e foram os meus alunos que me pediram para eu começar a postar posições nas redes sociais. Eu mandava separadamente os vídeos no grupo. Já tínhamos bastante conteúdo e a galera começou a me incentivar porque outras pessoas também poderiam se beneficiar com as técnicas. Então começamos a postar e o público abraçou. Hoje o meu Instagram é uma loucura no bom sentido. É importante frisar que o Instagram é a minha segunda fonte de renda. É o futuro. Professores e atletas que tardarem a migrar para as redes sociais vão perder espaço com o tempo. O futuro será 100% digital. O Jiu-Jitsu já está bem digitalizado e a tendência é não parar de crescer. É preciso se estruturar. O futuro do Jiu-Jitsu será maravilhoso.
Você tem se destacado bastante nos campeonatos. Qual foi sua maior vitória até aqui?
Graças a Deus eu e meus atletas temos nos destacado no cenário competitivo. Venho de três títulos grandes consecutivos. Ganhei o American Nationals, Grand Slam, da AJP, e venci o Pan recentemente. Meu principal objetivo é o Mundial, que fiquei em terceiro no ano passado e vou buscar a vitória nesse ano. Gostaria de ressaltar o desempenho dos meus alunos. No Pan, conseguimos uma medalha de ouro, quatro de prata e três de bronze. Ajudamos a nossa equipe GF Team a trazer o título de juvenil e master para casa.
Qual é o ponto mais forte do seu jogo?
O ponto mais forte do meu jogo é a pegada. Tento sempre frustrar os adversários com a força da pegada. Meu jogo começa a partir de uma pegada de gorila. Percebo, sinto, que os meus oponentes têm muita dificuldade em desvencilhar a minha pegada e aproveito esse momento de distração para capitalizar algum golpe e sair com a vitória.
Quais são os valores por trás da sua equipe, a GFTeam DC?
Nosso valor é agregar disciplina e confiança para ajudar os membros da nossa comunidade a melhorarem física e mentalmente através das práticas de Jiu-Jitsu e Defesa Pessoal. Conseguimos isso ao fornecer uma experiência amigável e profissional de Jiu-Jitsu e treinamento pessoal de alto nível que desafia nossos alunos mentalmente e fisicamente, tudo realizado em um ambiente seguro e limpo. Nosso principal objetivo é incentivar todos a tornarem hábitos de exercícios saudáveis parte de nossas vidas.
Quais são os seus próximos objetivos no Jiu-Jitsu?
Tenho diversos objetivos e sonhos pela frente no Jiu-Jitsu. O meu primeiro é me tornar um grande mestre, não apenas um faixa-preta. Um exemplo dentro e fora do tatame para os meus alunos e atletas de outras equipes. Gostaria de ter algumas academias, formar campeões mundiais na faixa-preta. Quero ser uma referência digital para os mais jovens e para o pessoal que veio da Baixada Fluminense, assim como eu, que sou de São João de Meriti. Às vezes achamos que não vamos conseguir, temos aquela popular “síndrome do vira-lata”. A minha missão é mostrar que é possível ser um grande vencedor na vida ou até maior do que os nossos ídolos, com muito trabalho, amor e consistência.
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