Essa função de “repórter-colaborador” da GRACIEMAG não é fácil. Tentamos sempre corresponder a altura do que o Jiu-Jitsu nos proporciona. Acreditamos que é uma boa forma de agradecimento relatar acontecimentos que engrandecem ainda mais a arte suave. Porém, é preciso idéias e muita atenção ao que ocorre. Dizem que idéia é como gato e não como cão. Não adianta chamar, ela vem quando quer. Já o quesito atenção é primordial, não podemos deixar escapar detalhes que acabam sendo a cereja do bolo.
Existem coisas que são tão óbvias que acabamos não vendo a necessidade de anotar no bloquinho. Só que, na correria causada pela ansiedade de mandar uma noticia fresquinha ou um artigo, muitas vezes esquecemos do óbvio. Ou seja, não esquecemos da cereja, mas do bolo.
Isso me aconteceu esta semana. Na correria de noticiar a primeira edição do Desert Force na Jordânia e em seguida o Asian Cup, em Abu Dhabi, acabei não mencionando dois grandes personagens de ambos os eventos, que marcaram presença nos canais abertos do Oriente Médio. Isso mesmo, MMA e Jiu-Jitsu no mundo árabe passa em canal aberto, popularização certa dos esportes de luta aqui!
Personagem número 1: Zaid Azmi Mirza.
Zaid idealizou, promoveu, organizou e, acima de tudo, acreditou no sucesso do Desert Force. Se não fosse o ímpeto deste jordaniano criado no Brasil, mesmo sofrendo com a morte repentina do pai, o evento não teria saído do papel. Foi um lapso não citá-lo na
matéria, mas o mesmo não reclamou. Eu mesmo me dei conta da falta. A segunda edição do Desert Force já está programada. Lutadores preparem seus currículos.
Personagem número 2: Ali Monfaradi.
O jovem faixa-azul do Bahrein, de apenas 17 anos, é presença certa nos torneios em Abu Dhabi. Desde seus 15 anos surpreende nas competições locais. Sua técnica refinada, elasticidade e agora força fazem com que seja apontado por diversos faixas-pretas como a maior promessa do Golfo. (Ele sempre lutou na categoria adulto). Até meu colega no Emirates Team, Pedro Lott, de férias na Europa, entrou em contato para me chamar a atenção: “Como você esqueceu do garoto do Bahrein?”
Coisas que o atropelo de acontecimentos proporciona. Foi um final de ano tumultuado, muita coisa aconteceu. Mas tentamos informar o máximo, mas o máximo é incabível na página e na memória. Então vamos aos poucos contando a história da arte suave e de seus personagens, de A a Z. Ou melhor; de Ali a Zaid.
Ano que vem tem mais, seja na revista GRACIEMAG ou no GRACIEMAG.com!