Elisabeth Clay, Roberto Cyborg e outros destaques do Mundial Sem Kimono

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Elisabeth Clay conquistou o ouro duplo no Mundial Sem Kimono 2022. Foto: Tyy Withrow/GRACIEMAG

Último evento do calendário da IBJJF no ano, o Mundial Sem Kimono 2022 foi disputado de 8 a 11 de dezembro em Anaheim, na Califórnia. Todo grande evento é cercado de muitos questionamentos e traz respostas contundentes. Contudo, a competição teve um desfecho anticlimático e deixou um resultado vago. 

Como Pedro Marinho, ouro duplo na edição passada, não esteve em ação no evento, a expectativa girava em torno do novo campeão absoluto, o que não se concretizou. Roberto “Cyborg” Abreu e Henrique “Ceconi” Cardoso fariam a final do aberto, mas “Cyborg” decidiu preservar o joelho lesionado após vencer o pesadíssimo e abriu mão da final. Como a luta não foi disputada, “Ceconi” ficou sem o ouro.

Se entre os homens faltou emoção, uma nova rainha foi coroada. Elisabeth Clay desbancou o favoritismo de Amy Campo e derrotou a atual campeã da categoria acima de 60kg do ADCC por 2 a 0 para conquistar o ouro no absoluto. Momentos antes, Clay sagrou-se campeã no peso médio ao finalizar Vanessa Griffin na chave de braço quando já vencia a adversária por 19 a 0.

A oito dias de completar 42 anos, Roberto Abreu provou mais uma vez por que é um “Cyborg”. O experiente faixa-preta derrotou Victor Hugo Costa por 2 a 0 e se tornou octacampeão mundial sem kimono. O atleta da Fight Sports capitalizou a superioridade no placar na reta inicial. O veterano quedou o pupilo de Xande Ribeiro no single-leg e administrou a vantagem na guarda do oponente. Victor Hugo insistiu, mas teve as iniciativas refutadas pelo adversário. Na semifinal, “Cyborg” finalizou John Leslie no katagatame.

Roberto Cyborg ficou com o ouro no pesadíssimo. Foto: Tyy Withrow/GRACIEMAG

Finalista do absoluto, Henrique “Ceconi” Cardoso derrotou Fellipe Trovo por 2 a 0 e se tornou o campeão do superpesado. Os lutadores travaram um combate estudado que ganhou doses de emoção na reta final. O atleta da Atos foi superior na primeira metade do combate, ameaçou “Ceconi” e quase conseguiu raspar o rival. Quando vencia por uma vantagem, Fellipe escapou da área de combate quando “Ceconi” tentava o quedar e viu Henrique receber dois pontos. Mesmo diante da desvantagem no placar, Trovo manteve a estratégia de fazer guarda e não conseguiu reverter a diferença.

O peso pesado ficou sem o seu campeão. Isso ocorreu porque os finalistas André Porfirio e Vagner Rocha, ambos atletas da Fight Sports, optaram por não lutar na final. Como a luta não foi realizada, o título ficou vago.

Nem mesmo o joelho direito lesionado foi capaz de tirar o ouro de Jonnatas Gracie. O atleta da Atos superou Sebastian Rodriguez por 3 a 2, de virada, e se tornou campeão dos meio-pesados. Jonnatas reagiu após ser raspado por Sebastian, passou a guarda do adversário e conseguiu reverter a desvantagem no placar. Esta foi a primeira conquista de Jonnatas desde que o atleta retornou às competições de Jiu-Jitsu. Ao longo de sua campanha no torneio, Gracie bateu Francisco Lo por 9 a 0 e derrotou Felipe Silva na decisão dos árbitros.

O campeão dos médios atende pelo nome de Andy Murasaki. Pupilo de André Galvão, Murasaki finalizou o brasileiro Igor Nascimento na chave de calcanhar na final para conquistar o título. O atleta da Atos conseguiu impor seu jogo e aproveitou uma brecha do oponente para triunfar no campeonato. Este foi o primeiro ouro em Mundiais do atleta de 22 anos desde que foi graduado faixa-preta. 

Numa das finais mais aguardadas da competição, Dante Leon derrotou Carlos Henrique Costa por 2 a 0 e boletou o ouro no peso leve. Dante vencia o combate por duas vantagens em razão de ataques no armlock quando liquidou a fatura nos instantes finais ao quedar o atleta da Dream Art no single-leg. O canadense sagrou-se bicampeão mundial em categorias diferentes – leve e médio. 

Campeão dos leves na edição passada, Gianni Grippo migrou para o peso-pena e repetiu o feito. Gianni derrotou Gavin Corbe por 6 a 4 e se consagrou tricampeão mundial sem kimono. O duelo foi marcado por uma intensa disputa de chave de pés para ambos os lados. Grippo foi mais perigoso, quase conseguiu a finalização, mas Corbe resistiu como pôde.

Gianni Grippo superou Gavin Corbe na final dos penas. Foto: Tyy Withrow/GRACIEMAG

Dois dos pesos-plumas mais empolgantes da atualidade, Lucas Pinheiro e Bebeto Oliveira decidiram a final da categoria. Melhor para Lucas, já que Bebeto levou duas punições, contra uma do atleta da Atos. O manauara concluiu a temporada nogi em alta, já que também venceu o Brasileiro Sem Kimono neste ano. Este foi o primeiro ouro em Mundiais do atleta da Atos na faixa-preta. 

Em combate eletrizante, Osamah Almarwai derrotou Roiter Junior por 3 a 2 nas vantagens, após o empate por 0 a 0 nos pontos e sagrou-se campeão entre os galos. Osamah conseguiu uma vantagem nos segundos finais após atacar no leglock e sacramentou a vitória. Por outro lado, Roiter fica com o vice-campeonato pelo segundo ano consecutivo. Na semifinal desta edição, o representante da Gracie Barra derrotou Estevan Garcia, seu algoz no ano passado, mas manteve o grito de campeão engasgado. 

Amy Campo triunfa no meio-pesado

Aluna de André Galvão, Jhenifer Aquino faturou a medalha de ouro no peso-galo. A atleta da Atos derrotou Giulia Guimarães por 2 a 1 nas vantagens, após o empate por 2 a 2 nos pontos, para se consagrar no torneio. Nos pluma, Alex Nguyen finalizou as duas lutas que disputou e dominou a divisão. Na final, Nguyen estrangulou Jessica Crane no mata-leão. Após ser vice na edição passada, Tammi Musumeci conquistou o tetra em Mundiais Sem Kimono. Quando já derrotava Jasmine Rocha por 4 a 2, a americana finalizou a brasileira no mata-leão para garantir o primeiro lugar. 

Vice-campeã do ADCC, Brianna Ste-Marie finalizou Nicole Sullivan no katagatame para ficar com o ouro no peso leve. 

Elisabeth Clay não tomou conhecimento de Vanessa Griffin na final dos médios. A representante da Ares BJJ abriu 19 a 0 no placar e finalizou a adversária na chave de braço.

Atual campeã da categoria acima de 60kg do ADCC, Amy Campo reinou no meio-pesado. Na final, a americana finalizou Melissa Stricker no mata-leão. A joia da Zenith conquistou o ouro logo em seu primeiro Mundial Sem Kimono na faixa-preta. No peso pesado, Andressa Cintra, da Gracie Barra, ficou com o primeiro lugar ao finalizar Thalyta Lima na chave de calcanhar. Luciana Mota e Letícia Cardozo fecharam a final do superpesado. 

Confira abaixo os resultados dos faixas-pretas no Mundial Sem Kimono 2022:

Masculino

peso-galo: Osamah Almarwai derrotou Roiter Junior por 3 a 2 nas vantagens

peso-pluma: Lucas Pinheiro derrotou Bebeto Oliveira por 2 a 1 nas punições

peso-pena: Gianni Grippo derrotou Gavin Corbe por 6 a 4

peso leve: Dante Leon derrotou Carlos Henrique Costa por 2 a 0

peso médio: Andy Murasaki finalizou Igor Nascimento na chave de calcanhar

peso meio-pesado: Jonnatas Gracie derrotou Sebastian Rodriguez por 3 a 2

peso pesado: André Porfírio e Vagner Rocha fecharam a final

peso superpesado: Henrique Ceconi derrotou Fellipe Trovo por 2 a 0

peso pesadíssimo: Roberto Cyborg derrotou Victor Hugo Costa por 2 a 0

Feminino

peso-galo: Jhenifer Aquino derrotou Giulia Guimarães por 2 a 1 nas vantagens

peso-pluma: Alex Nguyen finalizou Jessica Crane no mata-leão

peso-pena: Tammi Musumeci finalizou Jasmine Rocha no mata-leão

peso leve: Brianna Ste-Marie finalizou Nicole Sullivan no katagatame

peso médio: Elisabeth Clay finalizou Vanessa Griffin na chave de braço

peso meio-pesado: Amy Campo finalizou Melissa Stricker no mata-leão

peso pesado: Andressa Cintra finalizou Thalyta Lima na chave de calcanhar

peso superpesado: Letícia Cardozo e Luciana Mota fecharam a final

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