Ronaldo Jacaré estreou no UFC em maio e fez bonito. Com uma finalização, venceu Chris Camozzi, e subiu para a quinta colocação no ranking da categoria dos médios no Ultimate. Em setembro, o casca-grossa do Jiu-Jitsu já tem novo desafio. Ele encara os ex-desafiante ao cinturão Yushin Okami, e de acordo com o brasileiro a estratégia para o adversário já está pronta.
Confira nossa entrevista completa com o atleta do Ultimate, que falou sobre o próximo duelo, a amizade com Vitor Belfort e sobre desafio de Anderson Silva neste sábado contra Chris Weidman.
GRACIEMAG: Jacaré, no Strikeforce você praticamente pedia para lutar. Agora no UFC, após a vitória sobre o Camozzi você teve as merecidas férias e já retorna com combate marcado com o top 3 da categoria. Como é isso pra você?
RONALDO JACARÉ: É uma satisfação enorme estar lutando sempre. É algo que pedia e agora está acontecendo, além de estar no maior evento de MMA do mundo. Fico feliz de ser valorizado pelo Ultimate e mais feliz ainda de encarar um top da minha categoria, que é o Okami. Estou 100% focado para fazer um excelente trabalho e arrancar esta vitória. Fiquei bem emocionado quando o Dana White falou na coletiva de imprensa do UFC 160 que eu enfrentaria o Okami. Não tinha data, nada. Pensei: “poxa, o patrão gostou do meu trabalho”. O que posso dizer é que prometo estar melhor do que da última vez, prometo dar o meu melhor e prometo fazer uma luta movimentada e bonita”.
Dana White disse que as competições de Jiu-Jitsu são chatas. Acredita que você é um dos caras que veio para provar que a arte suave é algo que vale a pena levar para dentro do MMA?
Eu entendo o que ele disse. Muitas vezes, no Jiu-Jitsu, você fica amarrado numa luta durante dez minutos. Mas dentro do MMA é diferente. Jiu-Jitsu é bonito de se ver, tanto quanto um nocaute em uma luta em pé.
Qual a estratégia para enfrentar o Okami?
Já estou com a estratégia montada para ele. O Okami é um atleta completo, com especialidade no clinch, é canhoto também, solta bastante golpes em linha e eu vou estar ligado nisso. Mas dentro do octógono vou tentar arrancar uma finalização. Já estou esperando que ele venha me agarrar e me jogar para o chão. Se isso acontecer, eu vou usar aquilo que eu tenho de melhor, que é o meu Jiu-Jitsu.
Você esperava o apoio que recebeu da torcida em Jaraguá do Sul?
Me surpreendeu muito. Eu estava focado, preparado fisicamente e mentalmente. Sabia que ia fazer uma boa luta. Mas quando vi aquela galera torcendo por mim eu fiquei muito emocionado. Muitas pessoas nunca tinham me visto lutar. Fui campeão do Strikeforce e as pessoas foram me conhecer agora. Isso mostra a grandiosidade que é o Ultimate. Para mim foi a luta da noite, a estreia da noit e, a finalização da noite.
Após o UFC no Combate 2 pudemos notar uma proximidade sua com Vitor Belfort. Agora vocês estão próximos também no ranking da categoria dos médios. Você o enfrentaria?
Lutaria com ele sim. Ele é um cara muito profissional, eu também. Independente de nos enfrentarmos a proximidade vai continuar. Acho que a posição que o Belfort conquistou é mais que merecida. Ele batalhou muito, é uma pessoa de Deus, é um homem que busca melhorar e evolui em tudo. Ele se renovou, isso não é comum para atletas da idade dele. Ele é realmente um “fenômeno”.
Falando sobre a disputa de cinturão da sua categoria que acontece este sábado entre o campeão Anderson Silva e Chris Weidman. Como você avalia esta luta?
Acho que todo mundo tem possibilidade de ser campeão. Com o Weidman não é diferente. Ele tem as possibilidades dele, mas as pessoas tem que ver que o Anderson é o franco favorito para esta luta. O Weidman tem armas para vencer o combate, mas acho bobagem falar que o Anderson corre perigo no chão. Já treinei com ele e posso garantir que ele é um faixa-preta de Jiu-Jitsu, ele sabe muito o jogo de chão. O Weidman pode até complicá-lo no chão, mas finalizar, eu acho muito difícil.
Se fosse para você apostar seu dinheiro?
Apostaria no Anderson, claro. Não quero perder meu dinheiro (risos).