O Francês Jeremy Flores fez história ao vencer neste mês a etapa de maior prestígio e que encerra o circuito mundial de surfe, o Pipe Masters, na temida Pipeline, no Havaí. Nas duas últimas baterias rumo ao título – a semifinal, inclusive, contra o maior surfista de todos os tempos, o dez vezes campeão mundial Kelly Slater -, Flores teve de usar um dos principais ensinamentos que adquiriu, acredite, não dentro do mar, mas nos dojôs de Jiu-Jitsu.
“Jamais desistir” é a lição transmitida pelo professor Yannick Beven, brasileiro que, além de ensinar a arte suave na França, é professor de Educação Física.
“O Jiu-Jitsu mostra que é possível virar uma luta perdida a qualquer momento. Isso é muito importante no surfe, quando estamos em desvantagem e precisamos ter paciência para esperar uma onda”, comentou o surfista ao globoesporte.com.
Quando Jeremy começou a praticar a arte suave, era um jovem franzino que despontava no surfe. Desde então, ganhou massa muscular e o principal: concentração.
Surfe e Jiu-Jitsu, embora não pareçam ter nada em comum, são apreciados pelos seus praticantes. Exemplos de lutadores que não deixam as ondas de lado são Rickson Gracie, Murilo Bustamante e Ricardo Arona, entre tantos outros. Ilustres surfistas que gostam de vestir o kimono, além de Jeremy Flores, Kelly Slater, o surfista de ondas gigantes Rodrigo Resende e Joel Tudor. Tudor, depois de ser um dos maiores campeões de surfe em longboard, passou a competir no Jiu-Jitsu e até no ADCC já lutou.
Para ver que a relação é forte, numa das residências mais comentadas do Havaí, a casa Volcom, quartel general em Pipeline de grandes locais havaianos, não poderia faltar espaço para um dojô.
Então, caro leitor, neste verão refresque-se com a sua prancha, mas não deixe o kimono de lado, e vice-versa!