É comum ver nas baias e beiras de tatame os competidores curtindo um som antes de lutar. A playlist é variada, e cada um ouve suas músicas com uma intenção: se animar, ou ficar relaxado, ou se inspirar para entrar com tudo. Mas e no campo da ciência, será que existe algum indício de que a música ajuda a competir melhor?
“Existem trabalhos científicos comprovando a eficácia da música para a melhora da performance dos atletas de elite”, diz Rafael Ribeiro, colunista de Alto Desempenho da GRACIEMAG. “O estudo mostra que, quando estão muito concentrados, os atletas conseguem escutar os próprios batimentos cardíacos, e isso tende a causar declínio na performance. Em tese, ao ouvirmos os batimentos, percebemos que nosso corpo está trabalhando de forma mais acelerada e isso tende a provocar um efeito emocional negativo, gerando mais adrenalina.
“As percepções de cansaço e fadiga então vêm mais rápido. Ao focar em imagens ou estímulos externos, como música, a gente deixa de prestar atenção nesses sinais do corpo e assim as sensações de cansaço e fadiga vêm de maneira mais tardia”, explica Ribeiro. “Além disso, a música pode exercer nas pessoas um efeito emocional positivo, instigando que elas deixem aflorar suas melhores versões, em momentos decisivos”.
Portanto, não é por acaso, amigo leitor, que atletas como Otávio Nalati recorram aos headphones na área de concentração dos campeonatos de Jiu-Jitsu. “Esse tipo de equipamento ainda tem o efeito positivo de mostrar às pessoas que há um atleta em momento de concentração, um profissional que não quer ser importunado. Isso ajuda bastante a evitar distrações”, conclui Ribeiro.
E você, qual tipo de música gosta de ouvir antes de lutar? Comente conosco!