O ditado acima reflete bem o processo de esforço de todo lutador de Jiu-Jitsu. Abraçar um estilo de vida que propõe tantos sacrifícios e desafios diários é de fato um convite à desistência. Desde a faixa-branca, abrimos mão de muitas coisas para buscar esse aprendizado, mas como diz outra famosa frase, “cada escolha é uma renúncia”.
Tenho testemunhado histórias, aqui no Oriente Médio, de superação nesse sentido. São quase as mesmas vividas no Brasil ou qualquer outro lado do mundo. Chama atenção, porém, o empenho das mulheres árabes. Sim, pois a complexidade cultural desta região faz que muitas dessas determinadas mulheres sejam, além de desbravadoras, heroínas.
Temos, hoje, no Líbano, uma professora grávida, a jordaniana Ghalia Smith. Ghalia, inclusive, firmou recentemente convênio com a Embaixada do Brasil para ministrar Jiu-Jitsu no Cento Cultural Brasileiro em Beirute.
Em Abu Dhabi, a primeira atividade diária dentro de uma escola militar feminina é uma aula de Jiu-Jitsu. Detalhe: o dia dessas alunas militares começa às 4 da manhã.
E, no último fim de semana, a professora Cassuza Fornari, que mora em Abu Dhabi, foi convidada por oito faixas-brancas jordanianas para ministrar um seminário direcionado para mulheres da capital Amam. Elas organizaram e custearam o seminário diretamente, sem qualquer interferência do professor, o faixa-preta Samy Al Jamal. O professor, obviamente, cedeu o tatame e apoiou a ideia.
Fatos assim nos fazem acreditar que, em breve, veremos cada vez mais faixas-pretas mulheres por aqui. Ao que tudo indica, são mulheres que desconhecem a desistência.