Quem mora nas Américas talvez nem repare na sorte que tem em poder usufruir das mais diversas academias, com os mais diversos faixa-pretas, capazes de oferecer aulas ao gosto do freguês.
Na Europa, também existe uma boa oferta de professores. Mais ao leste do planeta, no entanto, a realidade é bem outra. Com exceção de Abu Dhabi, onde existe uma grande concentração de professores contratados pelo governo, na faixa que vai da Europa Oriental ao Japão o mundo ainda carece de profesores faixas-pretas.
Mas a superação faz a arte seguir fortalecendo-se. No Líbano, por exemplo, Ghalia Smith, a primeira mulher árabe a conquistar a faixa-roxa, aluga uma sala todas as semanas para ensinar Jiu-Jitsu na capital, Beirute. Cerca de 20 pessoas se reúnem todos os sábados durante três horas para que a casca-grossa jordaniana possa demonstrar as técnicas da arte suave que aprendeu enquanto morava nos Emirados Árabes.
Apesar de Beirute ser uma cidade bastante moderna para a região, é inevitável a supresa de ver uma mulher comandar um treino de Jiu-Jitsu para uma maioria de homens. Mas a maior surpresa não está aí. Ghalia não ministra as aulas sozinha. Carrega com ela uma gestação de 6 meses. Isto mesmo, Ghalia comanda as aulas grávida.
Apesar do auxílio do faixa-azul Daniel Hilal, surpreende a persistência dessa instrutora em passar o que sabe aos alunos libaneses. Se, por um lado, brasileiros, americanos e europeus devem valorizar os preciosos faixas-pretas que têm à sua disposição, outros tantos mundo afora devem valorizar o ímpeto dessas incríveis pessoas que superam obstáculos para ensinar.